“Todas as ações das autoridades atuais falam da centralização sistemática do poder pelo Presidente e seu gabinete”, disse Ivanna Klympush-Tsintsadze, uma legisladora do partido de oposição Solidariedade Europeia, ao POLITICO. “Essa onda de renúncias de funcionários do governo agora fala de uma grave crise de governança no país.”
Entre os que estão caminhando para a saída está o popular Ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, que apresentou sua renúncia, por razões ainda não explicadas, na quarta-feira.
Um antigo alto funcionário ucraniano, que, como outros nesta história, recebeu anonimato para falar abertamente sobre a remodelação, disse que Kuleba provavelmente foi deposto por causa de um conflito com o poderoso chefe de gabinete de Zelenskyy, Andriy Yermak. “Todos sabiam que eles tinham conflito. Uma vez eu até testemunhei um episódio disso”, disse o funcionário.
“Devido ao seu posto, Kuleba tinha contatos diretos bem estabelecidos com (o Secretário de Estado dos EUA Antony) Blinken, com (a Ministra das Relações Exteriores da Alemanha Annalena) Baerbock e muitos outros. Mesmo que ele fosse 300 por cento leal, o gabinete do presidente não poderia deixar tal canal de comunicação nas mãos de uma pessoa que eles não têm certeza absoluta de que seja sua pessoa, se é que você me entende”, acrescentou o oficial.
Embora Zelenskyy confie em seus principais oficiais para orientação, a comunicação de Kiev com Washington é liderada principalmente por seu próprio gabinete — especificamente por Yermak. O Ministro da Defesa Rustem Umerov também é próximo do governo Biden e fala frequentemente com o Secretário de Defesa Lloyd Austin.
Esses dois homens permanecem no cargo. Ambos visitaram Washington na semana passada, reunindo-se com altos funcionários da administração Biden.