Kiev quer que a Índia se junte à sua visão de “uma paz justa”, que visa concentrar um esforço global em pressionar o Kremlin a encerrar sua invasão em grande escala, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy em um comunicado na sexta-feira.
Mas a Índia — atualmente um dos maiores parceiros comerciais da Rússia, um grande comprador de petróleo russo, bem como fornecedor de cerca de 16 pacotes de ajuda humanitária para a Ucrânia — continua afirmando que permanece neutra e pede paz, mas não a “paz justa” que Kiev quer.
“Uma solução pacífica para o conflito é melhor para a humanidade”, disse Modi na sexta-feira. Em uma declaração conjunta publicada mais tarde, os líderes disseram que a Índia e a Ucrânia apoiam a manutenção dos princípios do direito internacional, incluindo a Carta da ONU, como o respeito pela integridade territorial e a soberania dos estados.
Enquanto estava em Kiev, Modi assinou vários acordos, aprofundando a cooperação com a Ucrânia nas áreas farmacêutica, agrária, humanitária e cultural. Ele também se encontrou com representantes da diáspora indiana, visitou o monumento Mahatma Gandhi, se encontrou com autoridades diplomáticas ucranianas e abraçou Zelenskyy, assim como abraçou o presidente russo Vladimir Putin em Moscou há um mês.
Aquele primeiro abraço foi um golpe nas relações diplomáticas da Ucrânia com a Índia, já que Modi visitou Moscou e abraçou Putin no dia em que as forças russas bombardearam um hospital infantil em Kiev. Embora Modi tenha pedido a Putin que parasse a guerra e dissesse que uma solução não poderia ser encontrada no campo de batalha, Zelenskyy ficou desapontado com o aconchego de Modi com o líder russo.
“É um golpe devastador para os esforços de paz ver o líder da maior democracia do mundo abraçar o criminoso mais sangrento do mundo em Moscou em um dia como esse”, escreveu Zelenskyy, referindo-se aos ataques mortais russos do mês passado.