LUXEMBURGO (Reuters) – A Ucrânia não deveria ter que ceder território como parte de um acordo de paz com a Rússia, disse a principal diplomata da UE, Kaja Kallas, na segunda-feira, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou Kiev a ceder terras para encerrar a guerra.
“Se simplesmente cedermos os territórios, isso transmitirá a todos a mensagem de que podem simplesmente usar a força contra os seus vizinhos e conseguir o que querem”, disse Kallas aos jornalistas no Luxemburgo, após uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros. “Acho que isto é muito perigoso. É por isso que temos o direito internacional em vigor, (para) que ninguém faça isso.”
Os comentários foram feitos depois que o negociador-chefe de Trump, Steve Witkoff, pressionou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, a ceder a região de Donbass, no leste do país, como parte de um acordo de cessar-fogo, e o presidente dos EUA disse à Fox News no domingo que a Rússia manteria parte do território que assumiu na guerra.
Os líderes da UE reuniram-se em torno de Zelenskyy após a reunião na Casa Branca na sexta-feira passada, que uma pessoa informada sobre o encontro disse ter deixado o lado ucraniano “infeliz”. No entanto, os líderes foram cautelosos ao dizer que a Ucrânia deveria manter todo o seu território como parte de um acordo.
“O que você pode reconquistar é uma questão, mas a outra questão é também o que você reconhece como território de outro país?” disse Kallas, ex-primeiro-ministro da Estônia. “Venho de um país que esteve ocupado durante 50 anos, mas (a) a maioria dos países do mundo não os reconheceu como territórios russos. E isso também significou muito.”




