Política

UE fecha acordo para usar ativos congelados da Rússia para financiar a Ucrânia

Em preparação para a reunião, os embaixadores da UE concordaram informalmente com o projecto de conclusões do Conselho Europeu, visto pelo POLITICO, que apelam à Comissão para apresentar uma proposta que seja “apoiada na solidariedade europeia adequada e na partilha de riscos”.

Este texto é “o sinal verde político” para a Comissão emitir uma proposta após a reunião de quinta-feira, disse um diplomata belga.

“Não estou tão preocupado com o facto de a Bélgica” criar problemas no Conselho Europeu, repetiu um diplomata da UE de outro país.

A Bélgica adoptou uma abordagem cautelosa porque acolhe o Euroclear, o organismo financeiro que detém os activos congelados, e teme que um tribunal possa forçá-lo a reembolsar o dinheiro. Mas o diplomata belga disse ao POLITICO que o país não se oporia ao apelo desta quinta-feira para que a Comissão apresentasse uma proposta.

Ainda assim, mesmo que a Comissão obtenha luz verde, a sua proposta jurídica terá de sobreviver a semanas de negociações difíceis com as capitais nacionais.

Um momento existencial

Para a Ucrânia, o resultado poderá revelar-se existencial. Sem o empréstimo da UE, a Ucrânia enfrentará um défice orçamental de 60 mil milhões de dólares nos próximos dois anos. Com os EUA a conseguirem efectivamente um apoio confiável para o país devastado pela guerra, as autoridades europeias descrevem privadamente esta iniciativa como a “última bala” para fortalecer a posição de Kiev nas conversações de paz com a Rússia.