“Não se pode comprar a reforma das pensões”, disse um vice-ministro das Finanças. “Isso vai atingir o cerne do que é a democracia.”
A reforma previdenciária também tem o hábito de levar manifestantes às ruas. Em Bruxelas, a polícia entrou em confronto com os sindicatos na terça-feira, que se manifestavam sobre medidas de austeridade que incluem o aumento da idade de reforma de 65 para 67 até 2030. A Bélgica teve uma situação leve quando comparada com a França, que testemunhou meses de protestos em 2023, quando o presidente Emmanuel Macron aumentou a idade de reforma de 62 para 64 anos.
Mesmo assim, o recém-reempossado primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, anunciou na terça-feira que colocaria as reformas das pensões de Macron no gelo para superar uma crise parlamentar que tornou impossível a aprovação de um orçamento. O adiamento das reformas poderá custar a Paris até 400 milhões de euros no próximo ano, numa altura em que o governo tenta apertar o cinto e reduzir o crescente peso da dívida do país.
O foco da Comissão não se limitaria a estabelecer a idade de reforma ou a impor pagamentos mensais aos pensionistas. Os planos de reforma de Bruxelas centram-se, em vez disso, no incentivo aos cidadãos a pouparem para a reforma e no incentivo às empresas a oferecerem planos de pensões empresariais aos empregados.
As REP fazem parte de um exercício anual de supervisão fiscal que a Comissão utiliza para coordenar as políticas económicas em todo o bloco. Estas recomendações são negociadas com as capitais da UE numa tentativa de resolver os problemas económicos mais prementes de um país. A Comissão não considera esta coerção, apenas uma economia sólida.
“Se for sobre pensões, que assim seja”, disse um segundo alto funcionário da Comissão.




