A sugestão surge depois de os líderes da UE terem discutido a competitividade e a política climática numa cimeira na semana passada e terem apresentado ideias para desbloquear o impasse nas negociações. Vários líderes apelaram à UE para que estabeleça objetivos climáticos pragmáticos e introduza mais flexibilidade para os alcançar, algo que está agora refletido no novo documento de compromisso.
Mas permitir que a UE desacelere os seus esforços climáticos poderá levá-la a falhar o objectivo de 2040, ou forçá-la a depender de outros instrumentos para alcançá-lo, como a externalização de mais cortes de emissões para os países mais pobres.
Oferecendo flexibilidades
A Presidência Dinamarquesa propõe a introdução de medidas para evitar penalizar um sector (como as indústrias altamente poluentes) se outros sectores (por exemplo, a silvicultura, que contribui para o sequestro de carbono nas florestas) não conseguirem cumprir as suas metas de redução ou absorção de emissões.
A proposta afirma que “possíveis deficiências num sector não ocorreriam à custa de outros sectores económicos, nomeadamente sectores industriais no âmbito da UE (regime de comércio de licenças de emissão).”
O documento não propõe alterar a meta principal de redução de emissões de 90 por cento, tal como proposto pela Comissão em Julho. Mas levanta a possibilidade de alterar o quanto as compensações internacionais de carbono — um instrumento que permite à UE externalizar as reduções de emissões no estrangeiro — deverá contribuir para atingir a meta.
A Comissão propôs limitar a sua utilização a 3% a partir de 2036, mas os países membros, incluindo a França e a Polónia, sugeriram 5% ou 10%. Espera-se que este seja um tema-chave nas negociações desta semana e da próxima, de acordo com um diplomata da UE.




