Política

Sondagens eleitorais em Portugal mostram que Lisboa e Porto estão demasiado perto para serem apurados

Outras sondagens encomendadas pela rede de televisão SIC indicam que o candidato do Partido Socialista, António Pina, obteve o maior número de votos em Faro, a capital da região sul do Algarve, onde o Chega esperava conquistar os eleitores que se sentem abandonados pelo hipercentralizado Estado português. O partido ultranacionalista parece ter tido um desempenho igualmente inferior em Sintra, o segundo município mais populoso do país, onde se prevê que a influenciadora de extrema-direita Rita Matias fique em terceiro lugar.

A crise imobiliária foi a principal questão nas eleições, com os eleitores a exigirem que os líderes locais façam mais para controlar o aumento dos preços das casas e dos aluguéis. Acredita-se que a votação a nível nacional seja a mais contestada da história portuguesa porque os limites de mandato e o recrutamento de dezenas de autarcas para cargos nacionais significaram que não houve candidatura à reeleição em quase metade dos 308 municípios do país.

O Chega destacou-se como o partido que concorreu com mais concelhos (307 das 308 câmaras municipais do país). Também esteve presente nas mais de 300 votações paroquiais em que os candidatos tiveram a vitória garantida porque concorreram sem oposição.

Desde 2023, os eleitores portugueses participaram em três eleições nacionais e numa votação para o Parlamento Europeu, um factor que levou à abstenção de quase metade do eleitorado exausto: segundo as projecções, entre 43 por cento e 48 por cento dos eleitores elegíveis não votaram no domingo. A participação nas eleições municipais do país tem diminuído constantemente desde 2009, com 46 por cento não votando quando a votação foi realizada pela última vez em 2021.

Não há alívio imediato à vista para os eleitores portugueses, que serão chamados de volta às urnas em Janeiro para decidir o sucessor do Presidente cessante, Marcelo Rebelo de Sousa. Entre os candidatos estão o presidente do Chega, André Ventura, e o almirante Henrique Gouveia de Melo – um funcionário elogiado pelo seu papel na supervisão da implementação da vacina Covid no país, mas contestado por muitos que estão relutantes em ter um militar como chefe de Estado.