Política

Senhor da guerra líbio libertado pelo governo de Meloni é preso em Trípoli

Al-Masri, há muito conhecido como uma figura-chave na prisão de Mitiga, na Líbia, foi anteriormente detido em Turim, no dia 19 de janeiro, depois de assistir a um jogo de futebol da Juventus, na sequência de um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional que o acusava de crimes de guerra, tortura, homicídio e violência sexual.

Apesar dessas acusações, a Itália libertou-o após 48 horas, uma medida que provocou indignação em Roma e levou o Tribunal de Ministros a abrir uma investigação ao Ministro da Justiça, Carlo Nordio, ao Ministro do Interior, Matteo Piantedosi, e ao Secretário de Gabinete, Alfredo Mantovano, por alegações de que facilitaram o regresso de Al-Masri à Líbia.

O inquérito acabou por ser rejeitado pela câmara baixa do parlamento italiano, onde o governo detém a maioria, no início de Outubro.

Os críticos do governo acusaram a administração do primeiro-ministro Giorgia Meloni de devolver Al-Masri à Líbia para proteger os interesses energéticos italianos e evitar potenciais retaliações, incluindo ameaças de restringir a cooperação no controlo da migração.

O governo italiano, por sua vez, defendeu a decisão por uma questão de procedimento legal e de segurança nacional.

No dia 2 de novembro, Roma e Trípoli renovaram por mais três anos o polêmico Memorando de Entendimento Itália-Líbia, um acordo no qual a guarda costeira líbia bloquearia a saída de migrantes do continente africano.

Hannah Roberts contribuiu para este relatório.