Os seus comentários surgem num momento em que a Ucrânia enfrenta cada vez mais dificuldades na linha da frente e se prepara para o regresso ao poder de Trump, que anteriormente prometeu pôr fim ao conflito num dia. Kiev, no entanto, não confia na suposta abertura de Putin ao compromisso, dado que ele alimentou um conflito de uma década com a Ucrânia, no qual a Rússia devastou cidades e pessoas em todo o país.
Entretanto, as capitais europeias discutem os contornos de um possível acordo de paz e garantias de segurança a longo prazo para Kiev, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, a reunir-se com o chefe da NATO, Mark Rutte, e com vários líderes da UE para discutir futuros acordos em Bruxelas, na quarta-feira.
Putin, que pareceu otimista em relação aos ganhos militares da Rússia na Ucrânia durante a sua maratona de conferência de imprensa, disse que Moscovo “sempre disse que estamos prontos para compromissos e negociações”, mas que “o outro lado também precisa de estar pronto”.
O antigo líder russo disse que Moscovo não quer um acordo de cessar-fogo a longo prazo, mas sim uma “paz duradoura garantida com garantias para a Federação Russa e os seus cidadãos”.
Putin também afirmou, sem fornecer provas, que o líder pró-Rússia da Hungria, Viktor Orbán, sugeriu chegar a um acordo sobre uma trégua no conflito durante o Natal e uma troca de prisioneiros – uma ideia que ele disse que a Ucrânia recusou.
Ao mesmo tempo, Putin insistiu que a economia russa estava “estável”, embora reconhecesse que o aumento dos preços era um “sinal alarmante”. Nos últimos meses, o rublo caiu devido aos baixos preços do petróleo e às sanções ocidentais, enquanto o banco central de Moscovo aumentou as taxas de juro para conter o aumento da inflação.