Trump ameaçou na quarta-feira atingir a Rússia com tarifas e sanções massivas se não chegar a um acordo para acabar com a guerra na Ucrânia. Mas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeitou na quinta-feira os comentários de Trump.
A Ucrânia insiste que os seus desejos são fundamentais para que qualquer acordo de paz seja alcançado e que um pacto deverá garantir termos favoráveis para Kiev.
“Putin está a tentar promover a ideia de negociações com os EUA, mas quer chegar a acordo sobre o destino da Europa – sem a Europa. E ele quer falar sobre a Ucrânia – sem a Ucrânia”, disse o chefe do Gabinete do Presidente ucraniano, Andriy Yermak, num comunicado na sexta-feira.
Na entrevista, Putin também descreveu Trump como “inteligente” e “pragmático” e disse que não esperava que ele tomasse decisões que prejudicassem a economia dos EUA.
“Sempre tive uma relação profissional, pragmática e até de confiança com o atual presidente”, disse Putin, segundo o The Moscow Times. “E não posso deixar de concordar que se a sua vitória não tivesse sido roubada em 2020, a crise na Ucrânia poderia não ter surgido em 2022”, acrescentou sobre a invasão em grande escala que ele próprio ordenou.
O presidente dos EUA tem-se gabado repetidamente da rapidez com que acabará com o ataque total da Rússia pouco depois de chegar ao poder. Desde a sua posse na segunda-feira, Trump tem defendido uma posição dura com o Kremlin, dizendo aos repórteres que Putin está “destruindo a Rússia” e que deveria fechar um acordo o mais rápido possível.
Veronika Melkozerova contribuiu para este relatório.