No entanto, “os apelos por maior cooperação militar com a OTAN e a UE provavelmente provocarão muito debate na Suíça”, acrescentou ele, concordando com as avaliações de que o relatório é potencialmente “explosivo” internamente.
Os especialistas não chegam a sugerir que a Suíça abandone completamente sua neutralidade e se junte à OTAN, mas pedem laços mais profundos com a aliança militar e a UE em treinamento conjunto, defesa contra mísseis balísticos e exercícios bilaterais e multilaterais.
O relatório também pede que os gastos militares atinjam 1% do PIB até 2030. Atualmente, a Suíça gasta 0,76% do PIB em defesa — muito menos do que qualquer membro da OTAN, exceto a Islândia, que não tem forças armadas.
Embora seja improvável que a Suíça seja invadida, o país já é alvo de guerra híbrida, incluindo desinformação, espionagem e ataques cibernéticos, de acordo com o relatório. Os especialistas recomendam avançar em direção à “defesa global”, ou seja, preparar toda a sociedade — não apenas os militares — para um potencial conflito.
Confortável com a UE e a NATO
Nos últimos meses, o conselho federal suíço, que governa o país, sinalizou disposição de se aproximar tanto da OTAN quanto da UE em questões de segurança e defesa.
Na quarta-feira, uma delegação suíça viajou para Luxemburgo para se reunir com a Agência de Apoio e Aquisição da OTAN (NSPA). Um dos objetivos da reunião era avaliar potenciais sinergias e oportunidades de cooperação com a agência.