O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou na quarta-feira que altos funcionários apresentassem propostas para a possível retomada dos testes nucleares pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria, há mais de três décadas.
Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, instruiu o Pentágono a começar “imediatamente” a testar armas nucleares “em igualdade de condições” com programas de testes nucleares em outras nações.
Putin, falando no Conselho de Segurança da Rússia, disse aos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa do país, aos seus serviços especiais e às agências civis relevantes para estudarem o assunto e “apresentarem propostas coordenadas sobre o possível início dos trabalhos de preparação para testes de armas nucleares”.
O ministro da Defesa, Andrei Belousov, disse a Putin na reunião que seria “apropriado iniciar imediatamente os preparativos para testes nucleares em grande escala”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esclareceu mais tarde que “o presidente não deu ordem para iniciar os preparativos para o teste”, mas apenas ordenou um estudo de viabilidade.
A Rússia anunciou na semana passada que testou com sucesso um torpedo nuclear, apelidado de Poseidon, que era capaz de danificar regiões costeiras inteiras, bem como um novo míssil de cruzeiro denominado Burevestnik, o que levou Trump a responder. Os EUA lançaram hoje um míssil balístico intercontinental, Minuteman III, num teste de rotina.
A Guerra Fria foi caracterizada por uma intensa corrida armamentista nuclear entre os EUA e a União Soviética, à medida que as superpotências competiam pela superioridade através do armazenamento e desenvolvimento de armas nucleares. Terminou em 1991 com o colapso da União Soviética e a assinatura de tratados nucleares como o START, que visava reduzir e controlar os arsenais nucleares. A União Soviética realizou o seu último teste em 1990 e os EUA em 1992.
Um relatório deste ano do think tank SIPRI alertou que o arsenal global de armas nucleares está a aumentar, com todos os nove estados com armas nucleares – EUA, Reino Unido, Rússia, França, China, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte – a actualizarem as armas existentes e a adicionarem novas versões aos seus arsenais.




