As conclusões emitidas em nome do Conselho têm de ser apoiadas por todos os 27 países membros para serem adotadas formalmente. No entanto, a oposição da Hungria nos últimos anos viu declarações conjuntas emitidas em nome dos restantes 26, com a participação típica da Eslováquia.
“Não estou interessado em lidar com novos pacotes de sanções contra a Rússia até ver, nas conclusões da cimeira (do Conselho Europeu), instruções políticas para a Comissão Europeia sobre como enfrentar a crise na indústria automóvel e os elevados preços da energia que estão a tornar a economia europeia completamente não competitiva”, insistiu Fico.
“O governo eslovaco apresentará propostas substancialmente mais concretas do que as actualmente incluídas no projecto de conclusões”, afirmou.
Um rascunho das conclusões, negociado pelos enviados antes das negociações e obtido pelo POLITICO no início desta semana, reafirma o apoio à Ucrânia face à invasão em grande escala da Rússia. “Sublinha a necessidade crítica de garantir que a Ucrânia permaneça resiliente e tenha os meios orçamentais e militares para continuar a exercer o seu direito inerente de autodefesa e a combater a agressão da Rússia”.
No entanto, o documento também se concentra fortemente na competitividade económica e – se acordado – comprometeria capitais para um grande programa de redução da burocracia para aliviar o fardo da regulamentação sobre as empresas.
“O Conselho Europeu apela à Comissão para que apresente rapidamente novos pacotes de simplificação ambiciosos, entre outros, nos domínios automóvel, mobilidade militar, digital, ambiente e segurança alimentar”, lê-se.
A Eslováquia tem-se oposto consistentemente ao reforço das sanções da UE à Rússia como parte dos esforços para forçar Moscovo a sentar-se à mesa de negociações. O país também utilizou o que pretendia ser uma isenção temporária para aprofundar a sua dependência da energia russa.
De acordo com dois diplomatas, aos quais foi concedido anonimato para falar com o POLITICO, a Eslováquia continuou a aplicar o seu veto ao mais recente pacote de sanções da UE à Rússia – o 19º a ser desenvolvido desde o início da guerra em grande escala – apesar de outros países terem chegado perto de um acordo após uma reunião de embaixadores na quarta-feira.




