O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, mais uma vez culpou as autoridades russas pela queda do avião que matou 38 pessoas no dia de Natal e pediu que fossem punidas.
“Posso dizer com confiança que a culpa pelo facto de cidadãos do Azerbaijão terem morrido neste desastre recai sobre os representantes da Federação Russa”, disse Aliyev na segunda-feira numa reunião com familiares da tripulação morta no acidente de avião.
“Exigimos justiça, exigimos punição para os responsáveis, exigimos total transparência e comportamento humano”, acrescentou o líder do Azerbaijão.
As críticas ferozes de Aliyev sinalizam uma ruptura nas relações anteriormente amistosas entre Moscovo e Baku, a capital do Azerbaijão, que não tomou partido na guerra da Rússia contra a Ucrânia. O Azerbaijão é um dos maiores parceiros comerciais de Moscovo no Sul do Cáucaso, e o nível de comércio entre os dois países – particularmente em combustíveis fósseis – aumentou à medida que a União Europeia tentava libertar-se do gás russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu desculpas pelo desastre em um telefonema com Aliyev, dizendo que as defesas aéreas estavam operacionais na área no momento do acidente, mas não chegou a aceitar a responsabilidade pela queda.
O pedido de desculpas foi uma das três exigências que Baku fez à Rússia, sendo as outras duas um reconhecimento de culpa e uma compensação tanto para o Estado como para as vítimas.
Aliyev acusou novamente na segunda-feira os órgãos do governo russo de tentarem “abafar o incidente e defender versões absurdas” de como o incidente ocorreu. A Rússia inicialmente sugeriu que o acidente foi causado por um bando de pássaros.
O Azerbaijão enviou as caixas pretas do avião para análise ao Brasil, onde especialistas começaram a analisar os dados em 3 de janeiro.
O avião civil voava de Baku para Grozny, na República Chechena, na Rússia, em 25 de dezembro. Depois que os passageiros relataram ter ouvido uma explosão, o avião desviou centenas de quilômetros de sua rota planejada e caiu perto da cidade de Aktau, no Cazaquistão; 38 pessoas morreram enquanto 29 sobreviveram.