Praga enfrenta o pior surto de hepatite A em décadas. Segundo as autoridades sanitárias da cidade, 939 pessoas foram infectadas desde o início do ano, incluindo 166 crianças. Onze pacientes morreram.
“Continuamos a trabalhar intensamente e a apelar ao público – mantenham as mãos limpas e considerem a vacinação”, afirmou a Estação de Higiene de Praga num comunicado nas redes sociais.
Os casos na capital checa representam agora cerca de 40 por cento de todas as infecções no país. Comparado com os 37 casos registados em Praga no ano passado, o número multiplicou-se vinte e cinco vezes.
O vírus se espalhou especialmente entre grupos socialmente desfavorecidos.
O interesse pela vacinação dobrou
Tal como noticiou a Agência de Notícias Checa, o interesse na vacinação é quase o dobro em comparação com 2024. Remessas de emergência já chegaram à Chéquia, esperando-se que cheguem mais. O Instituto Estatal de Controlo de Drogas observou que os pedidos de aquisição são apresentados com muita antecedência e que o aumento súbito da procura esgotou rapidamente os stocks disponíveis.
“Dada a procura excepcionalmente elevada de vacinação contra a hepatite A viral, o Ministério da Saúde está a tentar obter vacinas adicionais para a República Checa de outros países da UE”, informou o principal epidemiologista checo, Rastislav Maďar, no X.
Para amenizar a demanda, ele disse que quem já tomou a primeira dose pode esperar mais pela segunda, até dezembro ou até 2026, dependendo da vacina, sem perder a proteção.
Essa flexibilidade é fundamental para a estratégia atual. Ao alargar os intervalos entre a primeira e a segunda dose, as autoridades podem proteger mais pessoas agora, enquanto novos fornecimentos chegam de outras partes da UE. As autoridades checas lançaram também uma campanha de sensibilização para o surto de hepatite A e a vacinação disponível.
Em meados de Outubro, mais de 112 mil pessoas tinham sido imunizadas em todo o país, o dobro do número do ano passado. A vacinação contra a hepatite A é auto-paga no país, custando normalmente 80 euros para o curso de duas doses, com reembolso parcial disponível pelas seguradoras de saúde.
(VA, BM)
