LISBOA – O Serviço Nacional de Saúde de Portugal (SNS) exige mais de 14.287 profissionais (um aumento de 10%) para cobrir as aproximadamente 20 milhões de horas de horas extras trabalhadas em 2022.
Essa é a conclusão de um estudo do Centro de Planejamento e Avaliação de Políticas Públicas (Planapp), que agrega as horas de horas extras trabalhadas por profissionais de saúde designados para o SNS e as horas de serviços médicos fornecidos pelas unidades de saúde, também conhecidas como trabalhadores de tarefas.
De acordo com esta análise, em 2022, quase 20 milhões de horas extras foram trabalhadas no SNS, representando um aumento de 51,2% em comparação com os números de 2018. Isso significa que, durante esse período, houve um aumento médio de cerca de 1,7 milhão de horas por ano.
Os três maiores centros hospitalares do país – Coimbra, Lisboa North e Lisboa Central – representaram um quinto do total de horas extras trabalhadas em 2022, de acordo com o Planapp, que alerta da “dependência progressiva desses mecanismos” para o funcionamento diário dos SNs.
Enfermeiros, médicos especializados, assistentes operacionais e médicos juniores foram responsáveis por quase 80% das horas extras.
Dado esses números, o Planapp conclui que, para eliminar a dependência de horas trabalhadas sob esses acordos de trabalho excepcionais, o SNS precisaria contratar 14.287 profissionais para atender às suas necessidades – cerca de 10% da força de trabalho do SNS em 2022.
O PlanApp também defendeu uma estratégia abrangente para planejamento, treinamento, alocação e qualificação do trabalho dos profissionais de saúde, que devem levar em consideração particularidades regionais e locais, bem como as necessidades de cada grupo profissional.