Política

Populista checo Babiš aposta nas regras verdes da UE

O rascunho também revela que um futuro governo de Babiš considera “inaceitável” a proibição da UE da venda e produção de automóveis com motores de combustão a partir de 2035.

“A União Europeia tem os seus limites – não tem o direito de impor decisões aos Estados-membros que interfiram com a sua soberania interna”, diz o projecto. A proibição foi aprovada em 2023 por todos os países membros (apesar da resistência de última hora da Alemanha), mas revelou-se controversa.

Babiš não é o único a querer desafiar as regras do Acordo Verde da UE. O anterior governo checo também solicitou um adiamento na implementação do ETS2 e a Estónia apelou à sua supressão.

Babiš poderá encontrar um aliado no primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, que alardeou o seu sucesso ao inserir uma “cláusula de revisão” nos planos da UE para alargar um sistema de comércio de carbono numa reunião de líderes no mês passado.

Embora a cláusula de revisão exigida pelos líderes da UE não exija explicitamente um ETS2 mais fraco, Tusk acredita que abrirá a porta a um adiamento da medida.

Babiš pretende supervisionar pessoalmente a política da UE – abolindo o papel de ministro dos assuntos europeus e colocando a responsabilidade pelos assuntos da UE num departamento “subordinado” ao primeiro-ministro.

Espera-se que os partidos da coligação aprovem o programa do governo. Depois vem um período de disputas, já que se espera que Babiš tente instalar Filip Turek, o controverso presidente honorário do partido dos Motoristas, como ministro dos Negócios Estrangeiros – uma medida que o presidente Petr Pavel poderá opor-se, segundo um diplomata da UE.

O meio de comunicação checo Deník N informou no mês passado que Turek – antigo membro do Parlamento Europeu e piloto de corridas – tinha feito comentários racistas, sexistas e homofóbicos no Facebook antes de entrar na política. Turek negou estar por trás das postagens em um vídeo postado no Facebook.