Saúde

Polónia sobe para sexto lugar na transformação digital da saúde na UE, relata novo estudo

A Polónia emergiu como um líder na digitalização dos cuidados de saúde, garantindo o sexto lugar entre os estados membros da UE no recém-lançado .

O relatório, que também inclui dados da Islândia e da Noruega, avalia os progressos realizados pelos países europeus na transformação digital dos sistemas de saúde pública, com base em dados recolhidos até dezembro de 2024.

Dariusz Standerski, vice-ministro dos assuntos digitais e chefe do grupo de trabalho governamental para a digitalização dos cuidados de saúde, disse que os avanços da Polónia reflectem um compromisso mais amplo com a modernização dos serviços públicos.

“A tecnologia deve apoiar e aliviar a carga sobre os sistemas de saúde”, disse Standerski, citando melhorias na gestão de dados, diagnósticos e eficiência administrativa. “Hoje, o sistema de prescrição eletrônica elimina erros e ineficiências que antes eram rotineiros”, acrescentou.

Maturidade da eSaúde

O relatório utiliza 12 indicadores para medir a maturidade dos sistemas nacionais de eSaúde. A Polónia alcançou um impressionante nível de maturidade de eSaúde de 92%, ultrapassando muitos estados membros da UE normalmente considerados mais desenvolvidos, enquanto a média da UE é de 83%.

A liderar a classificação estão a Bélgica e a Estónia, que alcançaram ambas uma pontuação perfeita de 100%. A Dinamarca, a Lituânia e Malta estão logo acima da Polónia, enquanto a Irlanda está no último lugar, com apenas 25% de acesso. A Grécia registou a maior melhoria, aumentando a sua pontuação em 16 pontos percentuais, embora ainda esteja em quarto lugar, com 74%.

Uma ferramenta digital fundamental para promover este progresso na Polónia é a Conta Online do Paciente, que fornece a todos os cidadãos acesso aos seus dados de saúde, incluindo a capacidade de conceder acesso a pessoas autorizadas, como crianças, dependentes ou familiares próximos. Este sistema confere à Polónia uma vantagem notável na disponibilidade e transparência da informação médica.

Atualmente, os cidadãos polacos podem aceder a nove tipos de documentos eletrónicos de saúde através da Conta Online do Paciente. Isso inclui receitas eletrônicas, encaminhamentos eletrônicos, cartões de informações de tratamento hospitalar, relatórios de exames diagnósticos e laboratoriais, planos de saúde individuais, formulários de recusa de internação hospitalar, informações para médicos de atenção primária e cartão de exame preventivo do estudante, que ainda está sendo integrado ao sistema.

Áreas para melhoria

Apesar dos avanços impressionantes da Polónia na saúde em linha, o relatório destaca várias áreas que requerem mais atenção.

Uma recomendação importante centra-se na melhoria do acesso a imagens médicas. Atualmente, os pacientes podem visualizar relatórios de exames de diagnóstico, como ultrassonografias, raios X e tomografias computadorizadas, mas não têm acesso direto às próprias imagens. Permitir que os pacientes baixem e revisem imagens de diagnóstico on-line melhoraria significativamente a qualidade do atendimento e facilitaria uma comunicação mais clara entre pacientes e profissionais de saúde.

Outro desafio crítico reside em garantir a transmissão atempada e eficiente de todos os dados médicos aos pacientes e ao pessoal médico. A automação e a integração de sistemas são fundamentais para atingir este objetivo e impulsionar o desenvolvimento contínuo dos serviços de eSaúde.

Standerski sublinha que um factor chave para o sucesso da transformação digital da Polónia é a estreita cooperação entre o Ministério dos Assuntos Digitais e o Ministério da Saúde. Esta parceria assume forma prática através da Equipa de Apoio à Digitalização dos Cuidados de Saúde, uma equipa conjunta que define prioridades partilhadas na digitalização dos cuidados de saúde.

Standerski explicou: “O ministério da saúde é responsável por sistemas como a Conta On-line do Paciente, enquanto gerenciamos o aplicativo mObywatel e outros registros estaduais. Nosso objetivo é a interoperabilidade total entre esses sistemas. Cada aplicativo tem seus pontos fortes, o mObywatel é difundido, a Conta On-line do Paciente é especializada em dados de saúde”.

Olhando para o futuro, os planos vão além das conquistas atuais. O Centro de e-Saúde, que supervisiona mais de 50 sistemas de saúde digitais, prepara-se para lançar uma gama de serviços inovadores de e-Saúde financiados pelo Plano de Recuperação Nacional, uma iniciativa governamental concebida para estimular a recuperação económica pós-pandemia.

Isso inclui uma plataforma de registro eletrônico que permite agendamento rápido e conveniente de consultas e exames médicos. Existe também um sistema de e-Consulta concebido como um espaço seguro de colaboração online para especialistas e equipas médicas. Além disso, uma ferramenta e-Profile servirá como um sistema de alerta precoce, alertando os médicos sobre a deterioração da saúde do paciente. Um conjunto de ferramentas e-Home também apoiará a monitorização remota da saúde, particularmente útil para pacientes com doenças crónicas e idosos.

Juntas, estas iniciativas deverão melhorar significativamente o âmbito e a qualidade dos serviços digitais de saúde da Polónia.

Adoção digital

O ministro dos assuntos digitais da Polónia sublinhou que ninguém será forçado a utilizar aplicações digitais. Salienta que a digitalização representa uma oportunidade e não uma obrigação, garantindo que haverá sempre a opção de tratar os assuntos pessoalmente num balcão de atendimento.

No entanto, os funcionários também terão acesso a sistemas online, o que ajudará a reduzir as filas e os tempos de espera. Estão em curso campanhas educativas como a Escola Intergeracional para familiarizar as gerações mais velhas com as novas tecnologias.

Atualmente, um em cada três polacos adultos utiliza a aplicação mObywatel, ilustrando que as soluções digitais ganham aceitação quando são convenientes e fáceis de utilizar, destaca o ministro.

(VA, BM)