Com o início das Paralimpíadas de Paris 2024, o evento destaca as disparidades globais no acesso à tecnologia assistiva transformadora, com uma nova campanha da OMS e do comitê dos jogos com o objetivo de conscientizar e abordar essa questão crítica.
Hoje, espera-se que 15.000 espectadores se reúnam ao longo da Champs-Élysées, adornada com faixas olímpicas, para testemunhar a abertura dos Jogos Paralímpicos. Apesar da expectativa, os direitos das pessoas com deficiência estão divergindo globalmente, especialmente quando se trata de acessar tecnologia assistiva.
“As Paraolimpíadas nos mostram o que é possível e o papel importante que a tecnologia assistiva desempenha para esses atletas extraordinários”, disse Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor Geral da OMS.
Tecnologias assistivas empregadas por atletas paralímpicos incluem lâminas de corrida, cadeiras de rodas e suportes de liberação para arco e flecha. A categoria também inclui itens mais familiares, como óculos especializados, aparelhos auditivos e membros protéticos.
Para aumentar a conscientização sobre o problema, a OMS lançou uma campanha juntamente com o Comitê Paralímpico Internacional (IPC). Sob o lema ‘Equipped for equity’, a campanha apresentará histórias pessoais de atletas que dependem de dispositivos de assistência tanto no esporte quanto na vida cotidiana.
A desigualdade global no acesso a essa tecnologia é exacerbada pelos altos custos e disponibilidade limitada. “Apelamos aos governos, doadores e à sociedade civil para que priorizem esses produtos negligenciados, mas críticos, integrando-os em programas de cuidados primários”, exige Tedros.
2,5 mil milhões de pessoas não têm acesso a tecnologia de assistência básica
A WHO estimativas que o acesso à tecnologia assistiva é severamente limitado em todo o mundo, afetando mais de 2,5 bilhões de pessoas. Por exemplo, apenas 5-35% daqueles que precisam de cadeira de rodas têm acesso a uma, e apenas 10% da demanda global por aparelhos auditivos é atendida.
Andrew Parsons, Presidente do IPC, reforçou a importância da tecnologia assistiva na arena esportiva. “Os Jogos Paralímpicos são um dos únicos eventos globais que colocam as pessoas com deficiência em primeiro plano”, ele disse. “Essas tecnologias permitem que eles redefinam o que é possível nos esportes e inspirem milhões ao redor do mundo.”
A campanha também destacará conquistas nacionais na melhoria do acesso à tecnologia assistiva, como a recente isenção de impostos do Zimbábue sobre esses produtos, juntamente com iniciativas semelhantes na França e no Japão. Ao mostrar esses exemplos, a OMS e o IPC visam encorajar outros países a implementar políticas que incorporem tecnologia assistiva na assistência primária à saúde e na cobertura universal de saúde.
(Editado por Catherine Feore/Martina Monti)