“Nossos pensamentos e orações estão com as famílias e vítimas do voo J28243 da Azerbaijan Airlines”, disse o porta-voz da OTAN, Farah Dakhlallah, em um post na quinta-feira. “Desejamos aos feridos no acidente uma recuperação rápida e pedimos uma investigação completa.”
O Kremlin alertou contra tirar conclusões prematuras, com o porta-voz Dmitry Peskov dizendo na quinta-feira: “Precisamos esperar a conclusão da investigação”.
A explicação oficial do órgão de vigilância da aviação russa foi que o avião foi redirecionado para Aktau depois de atingir um bando de pássaros.
Essa versão atraiu ceticismo, no entanto, já que imagens da fuselagem quebrada parecem mostrar que ela foi perfurada por estilhaços.
Vários relatos da mídia, incluindo o meio de comunicação independente russo Meduza, a Reuters e o Calibre do Azerbaijão, afirmam que o avião de passageiros foi danificado por um míssil de defesa aérea russo em uma área onde Moscou tem alvejado drones ucranianos nas últimas semanas.
Calibre, citando autoridades do Azerbaijão, disse que a aeronave teve permissão para pousar em três aeroportos russos próximos, apesar de ter apresentado um pedido de emergência, e em vez disso recebeu ordem de voar através do Mar Cáspio.
A teoria de que a Rússia abateu o avião depois de o confundir com um drone ucraniano foi reforçada por relatos de um ataque simultâneo de drones a Grozny. O secretário do Conselho de Segurança da Chechênia, Khamzat Kadyrov, sobrinho de Ramzan, afirmou em uma postagem no Instagram – que foi posteriormente excluída – que um ataque de drone a Grozny foi neutralizado com sucesso.
Andrii Kovalenko, chefe de uma unidade antidesinformação do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, disse numa publicação no Telegram que a Rússia deveria fechar o espaço aéreo sobre Grozny, mas não o fez.
“O avião foi danificado pelos russos e enviado para o Cazaquistão, em vez de fazer um pouso de emergência em Grozny e salvar vidas de pessoas. Em uma palavra – Rússia”, escreveu Kovalenko.
Se for confirmado que o avião foi abatido por engano pela Rússia, o incidente irá ecoar o desastre da Malaysia Airlines de 2014, no qual um avião que sobrevoava a região de Donbass, na Ucrânia, foi abatido por um míssil russo, matando todas as 298 pessoas a bordo. Um tribunal holandês considerou dois agentes russos e um líder separatista culpados do crime à revelia.