O mais recente relatório do ‘Indicador de Aguarda dos Pacientes 2024’, comparando a disponibilidade de novos medicamentos em 36 países europeus, a Tchechia ocupa a sétima geral, com apenas a Eslovênia correspondendo ao seu desempenho na região.
As partes interessadas locais alertam que, enquanto 106 de 173 medicamentos recém -autorizados atingiram pelo menos um paciente tcheco em menos de dois anos desde o registro da UE, as barreiras sistêmicas e regionais continuam a evitar acesso mais amplo. No entanto, os analistas de saúde alertam que os números gerais ocultam profundas desigualdades e limitações dentro do sistema.
O acesso a medicamentos inovadores geralmente é limitado a centros especializados, que são distribuídos de forma desigual em todo o país. Por exemplo, apenas 15 centros de oncologia abrangentes (KOC) servem a nação inteira. Os pacientes devem ser encaminhados, navegar pelo sistema com eficiência e atingir a instalação certa no tempo, o que nem sempre acontece.
“Não é suficiente para um remédio alcançar o primeiro paciente. Deve ser realmente acessível a todos que precisam”, explicou David Kolář, diretor executivo da Associação Tcheca da Indústria Farmacêutica Inovadora (AIFP), enquanto apresentava o relatório da EFPIA em Praga.
Ciclos de orçamento levam ao acesso desigual
Outros desafios incluem capacidades sobrecarregadas, escassez de funcionários e orçamentos limitados. Muitos centros especializados não podem lidar com o volume de pacientes que buscam tratamentos modernos. Para condições graves como o câncer, esses atrasos podem afetar os resultados do prognóstico e do tratamento.
“O número de novos medicamentos que realmente atingem os pacientes varia muito em países europeus. Embora mais de 150 novos tratamentos estejam disponíveis em alguns países, outros oferecem apenas algumas dezenas – a diferença entre eles pode chegar a 90%”, observa Kolář.
Os ciclos de orçamento também contribuem para o acesso desigual. É mais provável que novos tratamentos sejam financiados no início do ano civil, quando os orçamentos de seguros tchecos são redefinidos. Os diagnosticados no final do ano podem enfrentar atrasos.
Outra questão é a regulamentação estrita. Muitos medicamentos estão sujeitos a restrições de indicação ou prescrição, o que significa que apenas certos médicos podem prescrevê -los para grupos de pacientes específicos. Embora isso ajude a gerenciar custos, geralmente diminui o acesso na prática.
Estratégia abrangente necessária
“Não há solução simples. O que é necessário é uma estratégia abrangente de saúde tcheco que claramente define a direção para tratar uma população envelhecida e cada vez mais doente em um sistema sustentável. A República Tcheca deve definir claramente quais tecnologias modernas deseja oferecer aos pacientes e sob quais condições”, diz Kolář.
Especialistas sugerem a descentralização de cuidados e a introdução de acordos de compartilhamento de riscos entre seguradoras e empresas farmacêuticas para tornar o acesso mais equitativo e sustentável. Esses contratos distribuiriam riscos financeiros com base na eficácia real do tratamento e explicariam os benefícios sociais e de saúde.
“A medicina moderna tem o potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida e os resultados do tratamento – é nossa responsabilidade compartilhada garantir que esse potencial se torne realidade o mais rápido possível e o mais justo possível”, conclui Kolář.