Política

Os peixes, o tribunal e o acesso dos jovens: as exigências da UE para a redefinição de Starmer

O documento de 19 páginas é originário do governo húngaro, que atualmente preside às reuniões dos governos nacionais da UE. As exigências contidas no documento, que o Financial Times noticiou no início desta semana, são mais uma lista de desejos dirigida à Comissão antes que os governos nacionais da UE dêem a Bruxelas um mandato para realmente iniciar conversações formais com Londres.

Bruxelas parece não estar disposta a iniciar conversações com Starmer antes de estas regras básicas serem acordadas. Desde que o líder trabalhista chegou a Downing Street, tem feito aberturas à UE para redefinir a relação pós-Brexit.

A renegociação do chamado Acordo de Comércio e Cooperação (TCA) seria a parte mais concreta disso. A primeira revisão do acordo, feita pelo ex-primeiro-ministro conservador Boris Johnson, ocorrerá em 2026.

No que diz respeito aos direitos de pesca, “a manutenção do status quo é essencial para os Estados-membros”, afirma o documento, segundo o The Times.

De forma mais ampla, num acordo que envolva o comércio de alimentos, o Reino Unido teria de transformar todas as regras da UE sobre segurança de produção e processamento em lei britânica. Pressionar para que Bruxelas reconheça as regras britânicas como “equivalentes” – e, portanto, suficientemente boas – não funcionaria, afirma o documento, de acordo com o relatório.

Finalmente, a UE quer pressionar Londres para um esquema de mobilidade juvenil semelhante ao programa de intercâmbio Erasmus, que é uma das políticas emblemáticas do bloco, de acordo com o relatório. Os governos britânicos anteriores rejeitaram esta ideia devido ao aumento percebido na migração.

O POLITICO relatou a estipulação de aceitação da jurisdição do Tribunal de Justiça em Maio, citando um alto funcionário da UE que afirmou que a supervisão do tribunal com sede no Luxemburgo seria um “pré-requisito”.