Enquanto especialistas independentes recomendam se deve declarar uma emergência de saúde global, a decisão final cabe ao chefe da OMS, atualmente Tedros. A OMS então emite recomendações aos países afetados sobre como lidar com o surto.
Um alerta PHEIC também poderia aumentar a pressão sobre os governos internacionais para responder e ajudar os países africanos a controlar o surto.
O Global Preparedness Monitoring Board, uma joint venture da OMS e do Banco Mundial, disse em 12 de agosto que a MPOX poderia ser o “início de uma nova pandemia” se o mundo não aprendesse as lições da Covid-19.
Eles dizem que os países devem se unir para ajudar a garantir acesso equitativo às vacinas contra a varíola e aos antivirais, que também têm sido eficazes contra a mpox.
O que a UE pode fazer para ajudar?
A Comissão Europeia anunciou na quarta-feira que enviaria 215.000 doses da vacina mpox da Bavarian Nordic para o Africa CDC. A Health Emergency Preparedness and Response Authority (HERA) da Comissão também prometeu ajudar o Africa CDC com testes e sequenciamento do vírus, com uma doação de € 3,5 milhões a caminho no início do outono.
O diretor-geral do CDC da África, Jean Kaseya, chamou a doação de um “passo crucial” na luta contra a mpox. Mas mais vacinas são necessárias.
A agência disse na semana passada que precisa de 10 milhões de doses para lidar com o surto. Alguns países ricos estocaram essas vacinas e as usaram para proteger grupos de maior risco no surto de 2022, uma opção não disponível atualmente para a maioria dos países africanos.
O que precisa acontecer agora?
Heymann, da LSHTM, que passou grande parte de sua carreira monitorando a varíola e a mpox, diz que deveríamos estar “muito preocupados” com o surto atual — “pela África em primeiro lugar, mas também por nossos próprios países, porque não fomos vacinados contra a varíola”.
Ele quer ver mais pesquisas sobre quais tipos de estratégias de vacinação controlariam melhor a doença. As opções incluem vacinação em anel, onde os contatos de um caso confirmado são vacinados, ou dar uma vacina a todos em uma comunidade onde houve um surto.
Karim disse que o CDC da África estava discutindo como melhorar a vigilância em países como a RDC. Cientistas concordam que melhores testes são uma prioridade porque o rastreamento de contato é essencial para controlar surtos de mpox.
Os países também devem fazer o que puderem para ajudar, disse Tomori ao POLITICO. Caso contrário, ele alertou, “é uma questão de tempo até que isso se espalhe pelo mundo todo”.
