Mas na respiração seguinte ela avisou que agora não é hora de voltas vitoriosas.
Os níveis cada vez maiores de dívida e a fragmentação do comércio global sob a pressão das rivalidades geopolíticas lançaram uma longa sombra sobre as reuniões, que começam para valer na terça-feira. A incerteza só é alimentada pelas guerras que assolam tanto a Europa de Leste como o Médio Oriente – e pelas eleições do próximo mês nos EUA – que poderão mover a agulha em várias direcções.
A dívida pública, em particular, já emergiu como um foco principal das discussões desta semana. Os governos em muitas partes do mundo parecem ter perdido o controlo das suas finanças devido, em grande parte, às medidas de apoio de emergência da era pandémica, que ampliaram as lacunas orçamentais existentes. A dívida pública global deverá atingir inimagináveis 100 biliões de dólares este ano e está em vias de atingir 100% do PIB mundial até 2030, afirmou o FMI na semana passada num comunicado antecipado do seu Monitor Fiscal.
Os motivos de preocupação estão por toda parte. Nos EUA, espera-se que o défice orçamental ultrapasse os 6% do PIB em 2024, apesar de o país ter começado o ano no que muitos considerariam o topo do ciclo económico, com receitas fiscais abundantes e pouca necessidade de medidas de apoio governamental. Mas não foi esse o caso neste ciclo, uma vez que a administração do presidente Joe Biden investiu dinheiro na relocalização de empregos na indústria, especialmente em sectores politicamente sensíveis, como a produção de chips.
Na Europa, o custo espantoso dos subsídios necessários para manter a economia em condições de suporte vital no início da década tornou-se mais claro. Até a Alemanha está a lutar para alinhar o seu défice com as suas próprias regras e com as da UE, e enfrenta agora um segundo ano consecutivo sem crescimento. Berlim juntou-se mesmo a países como Paris e Roma ao ter de pedir à Comissão Europeia mais tempo para colocar as suas finanças em ordem.
A China, entretanto, ainda está a superar uma crise imobiliária, sem clareza sobre quem ficará com milhares de milhões de dólares em dívidas que nunca serão reembolsadas. Pequim revelou um conjunto de medidas para sustentar o crescimento, mas os analistas não estão convencidos de que consigam resolver o problema. Dados oficiais divulgados na semana passada mostraram que a economia cresceu apenas 4,6% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2023, abaixo das expectativas e abaixo da meta de 5% do presidente Xi Jinping.