A desigualdade de gênero nos esportes continua sendo uma questão global, e a Ucrânia não é exceção a isso. Apesar das dificuldades desesperadas trazidas pela invasão da Rússia, o futebol feminino ucraniano se tornou um poderoso símbolo de resiliência, unidade e progresso.
Pelo terceiro ano consecutivo, as competições domésticas continuam sendo realizadas, mas mesmo antes da guerra, o futebol feminino estava lutando com cobertura limitada da mídia e transmissões de televisão raras, o que dificultou seu crescimento e visibilidade pública.
Para resolver essas questões, a Associação Ucraniana de Futebol (UAF) ingressou na meta de projeto social internacional, que visa promover a igualdade de gênero entre jovens jogadores de futebol dentro e fora do campo. A iniciativa também tem o apoio da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA).
Apresentando garotas ao futebol
Sob o projeto-alvo, a UAF coletou várias boas práticas que está implementando nos times de futebol infantil e está na vanguarda com iniciativas significativas relacionadas ao gênero.
A UEFA Playmakers é um programa inovador lançado em 2021 pela UEFA em colaboração com associações nacionais de futebol, incluindo a UAF, para apresentar meninas de cinco a oito no futebol através do aprendizado baseado em jogo inspirado na narrativa da Disney.
A iniciativa cria um ambiente divertido e solidário, onde as meninas jovens podem desenvolver habilidades vitais para a vida, fazer amigos e construir confiança ao promover uma paixão pelo esporte.
Na Ucrânia, o programa desempenhou um papel crucial no apoio ao bem-estar das meninas, oferecendo-lhes um senso de conexão e alegria em tempos difíceis.
Um passo histórico
Em março de 2024, a UAF também lançou um grupo de especialistas sobre igualdade de gênero no futebol para abordar as disparidades sistêmicas de gênero dentro da organização e o cenário mais amplo de futebol ucraniano. Foi considerado um passo histórico.
Esse grupo tem a tarefa de identificar e combater a discriminação de gênero, o desenvolvimento de ferramentas para desafiar estereótipos e impedir a violência baseada em gênero e garantir uma resposta profissional e coordenada a esses problemas.
Ele também trabalha para monitorar casos de discriminação, alinhar os esforços em todos os departamentos da UAF e colaborar com a FIFA (Fédération Internationale de Football Association) e a UEFA em iniciativas de igualdade conjunta.
Enquanto isso, em março deste ano, treinadores e instrutores da Ucrânia, bem como as outras associações participantes do projeto -alvo, reunidas na Itália para serem treinadas em metodologias para conduzir o trabalho educacional sobre questões de igualdade de gênero por meio de atividades de futebol.
Embaixadores de nível superior
Como parte do projeto, o UAF recrutou embaixadores influentes para ampliar a mensagem de igualdade de gênero e promovê -la com impacto.
Representando o projeto na Ucrânia como embaixadora feminina é Darya Apanashchenko-uma figura icônica no futebol ucraniano, capitão e atacante da seleção feminina nacional e o recordista da maioria das aparições e gols marcaram.
Incorporando um dos lotes da campanha, #Winconfidence, Darya compartilha sua jornada pessoal, usando três vídeos de campanha para destacar diferentes facetas da mensagem: seu crescimento como atleta profissional, suas habilidades de futebol e a natureza inclusiva do futebol como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento, para meninos e meninas.
O embaixador masculino, Anatolii Trubin, é o goleiro da primeira escolha da equipe nacional masculina da Ucrânia e joga pelo SL Benfica em Lisboa.
Líder de opinião crescente, Trubin Champions the Lotto #loseyourstereótipos, defendendo a igualdade de gênero como um caminho para uma sociedade mais bem -sucedida e inclusiva, onde todos os talentos têm o poder de prosperar.
Ele também apóia ativamente o jogo feminino, reforçando a importância de oportunidades iguais nos esportes.
O futebol feminino está prosperando
Natia Pantsulaia, uma figura proeminente na Premier League ucraniana, fala de melhorias na infraestrutura e apoio médico no futebol feminino.
No entanto, ela também observa que a disparidade financeira, os caminhos limitados do desenvolvimento da juventude e o sexismo permanente ainda dificultam a verdadeira igualdade no esporte.
Ela é sincera sobre o longo caminho à frente. A igualdade de gênero no esporte, ela enfatiza, está profundamente ligada a mudanças sociais e investimentos mais amplas no desenvolvimento da juventude. O jogador de futebol apóia iniciativas como a Target como um meio de promover a inclusão e o respeito desde tenra idade.
Aos olhos de Pantsulaia, o futuro do futebol feminino na Ucrânia depende da construção do zero: investir em academias, começando com crianças a mais de cinco anos, e garantir que o dinheiro destinado ao desenvolvimento seja usado de maneira eficaz.
Compromisso com o progresso
Carlien Scheele, diretor do Instituto Europeu de Igualdade de Gênero (EIGE), elogiou a Ucrânia por seu notável compromisso com a igualdade de gênero e os direitos humanos, mesmo em meio à guerra em andamento e à crise humanitária.
Apesar de quase 40 % da população que exige ajuda, o país mostrou resiliência excepcional, priorizando a igualdade de gênero, principalmente através do desenvolvimento de um índice de igualdade de gênero.
A pontuação da Ucrânia de 61,4, classificando -a hipoteticamente em 20º entre os países da UE, ressalta o progresso do país e a necessidade de políticas direcionadas contínuas.
(Editado por Brian Maguire | Laboratório de Advocacia da Diário da Feira)