Após semanas de negociações entre os comitês da Indústria do Parlamento Europeu e da Saúde (SANT), este último garantiu plena competência sobre a Lei dos Medicamentos Críticos (CMA).
Os deputados da ITRE haviam tentado pressionar o controle total sobre o arquivo. Mas a conferência de presidentes – composta pelos presidentes dos grupos políticos – decidiu na quarta -feira à tarde para confirmar Sant como o único comitê responsável.
O comitê da ITRE fornecerá uma opinião sobre o arquivo, assim como os comitês de mercado interno (IMCO), orçamentos (BUDG) e meio ambiente (ENVI).
Apresentado em 11 de março, a CMA pretende reforçar a soberania e a competitividade da UE, garantindo o fornecimento e o acesso a medicamentos críticos e essenciais, busca incentivar as empresas a realocar ou fortalecer sua produção na UE.
O aspecto industrial do arquivo foi precisamente o argumento apresentado pelo presidente da ITRE Borys Budka (EPP, Polônia), que alegou que o texto era principalmente de natureza industrial e, portanto, deveria se enquadrar na responsabilidade da ITRE.
“A ITRE possui experiência nesse tipo de legislação e sua implementação e monitora de perto a aplicação desses atos por meio de seu grupo de trabalho sobre política industrial. Ter o ITRE como o comitê principal também fortaleceria a posição de negociação do parlamento”, escreveu Budka em uma carta ao presidente do parlamento europeu Roberta Metsola em 26 de março.
Fontes haviam dito às Diário da Feira nas últimas semanas que uma possível competência compartilhada entre Itre e Sant foi considerada, mas muitos no parlamento viam essa opção como uma perda política.
“Qual é o sentido de criar um comitê de saúde se for despojado de seu conteúdo assim que o primeiro texto legislativo importante sobre o assunto for introduzido?” questionou a deputada socialista francesa Christophe Clergeau.
“Este é um arquivo de saúde. Ele pertence a Sant”, disse uma fonte EPP à EURACTIV.
“O trabalho deve começar muito rapidamente”, confirmou uma fonte no Parlamento Europeu.
(EPD)