Naquela altura, Merz defendeu a sua abordagem, mas comprometeu-se a defender a barreira de segurança na política alemã que foi criada para impedir a cooperação com a extrema direita. Mas à medida que a AfD continua a ganhar força, os membros dos conservadores de Merz – especialmente dos estados da Alemanha Oriental – argumentam que a barreira de segurança já não é suficiente para travar a ascensão da extrema-direita.
A AfD é hoje o maior partido da oposição no Bundestag. O partido de extrema-direita obteve sucesso ao apresentar-se como a única força verdadeiramente anti-imigração na Alemanha, misturada com uma retórica anti-guerra que é céptica em relação ao apoio contínuo da Alemanha à Ucrânia e aos esforços de Berlim para transformar a Bundeswehr no exército mais forte da Europa.
Os comentários de Merz surgem no contexto de uma discussão que se desenrolou na semana passada no seio do seu partido de centro-direita sobre a forma como lida com a AfD antes de uma série de eleições estaduais no próximo ano, incluindo duas em estados do leste da Alemanha onde a AfD tem cerca de 40 por cento de votos, muito à frente de todos os outros partidos.
“Queremos e podemos vencer todas estas eleições e podemos continuar a ser a força política mais forte na Alemanha”, disse Merz após uma reunião de sete horas e meia com a liderança do partido no domingo, que se concentrou no desenvolvimento de uma estratégia para o próximo ano eleitoral.
O secretário-geral da CDU, Carsten Linnemann, apresentou uma abordagem tripartida para combater a AfD.
Em primeiro lugar, a presença da CDU deverá ser reforçada nos dois estados da Alemanha Oriental onde a AfD lidera nas sondagens, para contrariar o domínio do partido a nível local. Em segundo lugar, deverão ser criados comités de peritos para desenvolver ideias para moldar a agenda política, o que por sua vez deverá conduzir ao terceiro objectivo, nomeadamente criar uma imagem positiva da CDU como um partido que procura soluções, em contraste com a AfD, que se concentra nos problemas.




