Política

Mano a mano de Hoekstra com a China atrapalha a cúpula do clima

Hoekstra rejeitou as críticas à sua abordagem, dizendo num evento em Bruxelas no início deste mês que “tendemos a sobrestimar a nossa capacidade de, em escala, influenciar a tomada de decisões (da China)”.

“Não estou absolutamente convencido de que se tivéssemos apresentado algo mais cedo isso teria mudado a situação”, disse ele. Mas acrescentou que, quando a China é responsável por cerca de 30 por cento das emissões globais, “se a resposta for de 7 a 10 (redução por cento das emissões), é realmente difícil, mesmo que se queira fazer o máximo de esforço diplomático possível, fazer como se isso fosse suficiente”.

Um funcionário da Comissão, que não estava autorizado a falar oficialmente, disse que a equipa de Hoekstra estava em discussões com os chineses sobre uma reunião bilateral antes da COP30. Mas isso não acontecerá no Brasil na segunda-feira porque Pequim não enviaria um representante do nível ministerial de Hoekstra, disse a autoridade. O Canadá, a China e a UE liderarão uma cimeira ministerial sobre o clima em Toronto, Ontário, no final do mês, apresentando uma oportunidade para uma reunião.

A relação do comissário para o clima com a China contrasta com a da vice-presidente executiva, Teresa Ribera, sua supervisora ​​direta na estrutura da Comissão. Ribera, um veterano diplomata climático, realizou recentemente uma reunião com o antigo enviado chinês para o clima, Xie Zhenhua, em Bruxelas – uma alteração incomum do protocolo.

Em Julho, depois de Hoekstra ter sinalizado que a UE não assinaria uma declaração conjunta com a China a menos que esta demonstrasse maior “ambição”, Ribera intermediou um acordo no qual a China não fez tal concessão.

Falando ao POLITICO, Ribera enfatizou a necessidade da COP30 projetar unidade contra o revisionismo dos combustíveis fósseis da administração Trump.