TARGET (YouTh footbAll players as embaixasadoRs for Gender equality) é um projeto cofinanciado pelo programa Erasmus+ da UE. Decorrendo de janeiro de 2024 a dezembro de 2026, tem a Federação Letã de Futebol como coordenadora, com a Federação Estoniana de Futebol, a Associação Ucraniana de Futebol, a Associação de Futebol de Malta, a Università di Modena e Reggio Emilia, ForModena e Euractiv como parceiros do projeto.
A Letónia está a reforçar a igualdade de género no futebol, implementando boas práticas no âmbito da União Europeia ALVO projeto de futebol e implantação de novas estratégias de desenvolvimento de longo prazo.
Com uma pontuação de 61,5 pontos em 100 no Índice de Igualdade de Gênero do Instituto Europeu para a Igualdade de Gênero (EIGE), a Letônia ocupa a 19ª posição na UE, com uma pontuação 8,7 pontos abaixo da média.
Para melhorar seu placar, a Federação Letã de Futebol (LFF) propôs quatro boas práticas, com o objetivo de acabar com a desigualdade, começando pelo futebol, e, finalmente, tornar o esporte mais atraente para meninas e mulheres.
Boas práticas
A LFF lançou a campanha “Temos asas” para aumentar a conscientização e o interesse pelo futebol feminino na Letônia, quebrando estereótipos sobre se o futebol é adequado para todos os gêneros e idades.
A federação argumenta que o nome da campanha ilustra o poder do futebol em permitir que uma menina alcance qualquer objetivo “com (suas) asas únicas”.
Outro evento que empodera meninas no esporte, com o objetivo de reduzir a desigualdade, é a conferência internacional “Mulheres no Esporte”, organizada e sediada pela LFF em abril de 2023.
A Fédération Internationale de Football Association (FIFA) também participou do evento, que se concentrou em tópicos como os desafios enfrentados pelas mulheres no esporte, como conciliar a maternidade com a condição de atleta profissional, bem como as crescentes oportunidades de carreira para mulheres dentro e fora do cenário esportivo.
A terceira dimensão se relaciona ao segmento de futebol feminino, onde a LFF e a DHL Express estabeleceram um acordo de cooperação. A empresa de logística escolheu apoiar o time feminino, incentivando as mulheres a assumirem papéis de liderança não apenas nos negócios, mas também na vida cotidiana.
A quarta boa prática envolve outra parte interessada do setor privado, a filial letã do Lidl, que apoia o campeonato de futebol feminino e o campeonato de futebol de salão feminino, a fim de elevar o nível da organização da competição.
Reduzir o preconceito de gênero
Em entrevista à Euractiv, representantes da LFF destacaram outras estratégias que estão sendo empregadas para reduzir o preconceito de gênero por meio do futebol.
Uma estratégia para o futebol feminino foi desenvolvida, com o envolvimento ativo do departamento de futebol feminino, da seleção nacional e do departamento de educação e comunicação para garantir a implementação e o monitoramento.
Jogadores da seleção nacional deste ano finalmente tiveram seus sobrenomes impressos em suas camisas. O time agora organiza um programa infantil com um tour antes do jogo, filmagens dos vestiários e cerimônias de abertura com flag girls.
A LFF está planejando melhorar as visitas aos clubes de futebol feminino e fazer com que as jogadoras da seleção nacional se aproximem das jogadoras das províncias dos clubes recém-criados, treinando juntas e compartilhando experiências.
O campeonato de inverno de futebol feminino foi renovado e melhorado, e agora começa com jogadoras com menos de 8 anos, tratando todas as partidas como comemorações na arena do playoff. Um festival de futebol feminino com as meninas Playmakers também está em desenvolvimento.
A LFF implementará novos regulamentos de credenciamento somente para clubes de futebol feminino, por meio dos quais os representantes avaliarão a situação no local, recomendarão melhorias e farão com que os treinadores dos clubes peçam conselhos aos mentores da federação.
Espaço para melhorias
Em comparação com 2022, quando a Covid-19 acabou, a LFF relata que agora há 23 clubes participando de competições, em comparação com 18 no ano da pandemia. Oito clubes de futebol tiveram seus próprios times femininos.
De acordo com o Relatório da Pesquisa de Futebol Feminino: Associações Membros de 2023, compilado pela FIFA, a Letônia tem 693 jogadoras registradas com mais de 20 anos, enquanto há 1.393 jogadoras registradas com menos de 20 anos.
De 711 treinadores no país, 48 são mulheres. Entre 293 árbitros licenciados, 24 são mulheres – não chegando nem a 10% em nenhuma categoria de participação.
A Letônia adotou uma Estratégia para o Futebol Feminino, uma Política de Salvaguarda e tem um Comitê de Futebol Feminino, bem como uma Seleção Nacional Feminina de Futsal.
15% dos funcionários da Federação Letã de Futebol são mulheres; 22% dos membros do comitê executivo são mulheres.
Alcançar a igualdade de género ainda é um objectivo distante
Embora ainda haja espaço para melhorias, a igualdade de gênero ainda precisa ser alcançada tanto em países europeus quanto não europeus. De acordo com a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
O mundo não está no caminho certo para alcançar a igualdade de gênero até 2030. No ritmo atual, a ONU prevê que levará 140 anos para alcançar representação igualitária na liderança no local de trabalho, 286 anos para fechar lacunas na proteção legal e remover leis discriminatórias, bem como 300 anos para acabar com o casamento infantil.
Desigualdade de gênero é um pênalti no gol contra de uma nação. Hora de mudar as coisas.