Lescure enfrenta a difícil tarefa de aprovar um orçamento para o próximo ano e, ao mesmo tempo, reduzir o enorme défice de despesas públicas de França, o que preocupa os mercados financeiros e as instituições internacionais. Espera-se que Lecornu revele os seus planos orçamentais para o próximo ano na segunda-feira e defina as suas prioridades políticas num discurso perante o parlamento francês nos próximos dias.
A conservadora Catherine Vautrin, que serviu como ministra da Saúde e do Trabalho no governo do ex-primeiro-ministro François Bayrou, é a nova ministra das Forças Armadas. As conservadoras Annie Genevard e Rachida Dati – esta última concorrendo à prefeitura de Paris no próximo ano – permanecerão como ministras da Agricultura e da Cultura, respectivamente. A sua inclusão no governo significa que os três já não podem reivindicar fazer parte do conservador Les Républicains, afirmou o partido num comunicado no final do domingo. O comunicado dizia na sexta-feira que a liderança do partido votou contra a participação no próximo governo francês.
O chefe da Polícia de Paris, Laurent Nuñez, servirá como ministro do Interior, cargo anteriormente ocupado pelo líder conservador Bruno Retailleau, que não faz parte do novo governo. O ex-chefe da empresa ferroviária estatal francesa SNCF, Jean-Pierre Farandou, servirá como ministro do Trabalho.
“Um governo baseado em missões foi nomeado para elaborar um orçamento para a França antes do final do ano. Gostaria de agradecer às mulheres e aos homens que se comprometeram livremente com este governo, deixando de lado os seus interesses pessoais e partidários”, disse Lecornu numa publicação no X. “Só uma coisa importa: os interesses do país.”
Resta saber quanto tempo este governo durará.
O Rally Nacional, de extrema-direita, e a França Unbowed, de extrema-esquerda, já deixaram claro que votarão contra o governo. Juntos, controlam mais de um terço dos assentos na Assembleia Nacional Francesa, a câmara baixa mais poderosa do parlamento.
O Partido Socialista, cujo apoio tácito será fundamental para a sobrevivência do governo de Lecornu, indicou que decidirá se derrubará o novo governo com base nas propostas concretas de Lecornu, especialmente sobre uma possível suspensão das controversas reformas das pensões aprovadas por Macron.



