Política

Kallas deu o machado a um alto funcionário da UE e os governos não estão felizes

Juhansone, um antigo embaixador da Letónia, que é atualmente o principal funcionário da UE na Comissão, é um aliado próximo da presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e do seu chefe de gabinete, Bjoern Seibert.

Caso Juhansone conquiste o cargo mais alto no SEAE, isso poderá ser visto como uma tomada de poder por parte de von der Leyen, que tem um estilo de gestão altamente centralizado e de cima para baixo como chefe da Comissão. Mas também significaria que, com Kallas, uma segunda pessoa de um país báltico desempenharia um papel fundamental na política externa, uma perspectiva que não agrada a alguns governos.

Relações tensas

A posição de Kallas, oficialmente chamada de Alto Representante da UE, é notoriamente complicada. Embora seja um dos 27 comissários do bloco, o Chefe de política externa da UE situa-se institucionalmente entre a Comissão e o Conselho – que representa os países membros – e é responsável pelos mais de 2.500 funcionários que trabalham na sede do SEAE, bem como pelos cerca de 2.800 funcionários que trabalham em delegações em todo o mundo.

A decisão de Kallas, o antigo primeiro-ministro da Estónia, causou confusão apenas uma semana depois de a nova liderança da UE ter começado a trabalhar. | Omar Marques/Getty Images

Kallas é a figura mais jovem – e mais antiga – a ocupar o cargo. O homem de 47 anos foi primeiro-ministro da Estónia entre 2021 e 2024.

As tensões entre a Comissão e o SEAE já surgiram, poucos dias após o mandato de cinco anos da nova Comissão.

A Comissão está a promover planos para reduzir drasticamente o número de pessoas que trabalham em muitas das suas embaixadas para reforçar o pessoal em países onde considera que o bloco tem um interesse estratégico, informou o POLITICO na semana passada. A iniciativa de redução de pessoal surge no momento em que o SEAE ultrapassou o seu orçamento para 2024.