A França é um país de direita e deveria ter um primeiro-ministro de direita, acredita o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy.
As eleições antecipadas francesas e as eleições para o Parlamento Europeu deste verão mostraram que a França é de direita, e os partidos de direita devem assumir a responsabilidade, disse Sarkozy, que foi presidente de 2007 a 2012, em uma entrevista ao Le Figaro.
Sarkozy pediu ao partido conservador Les Républicains, que ele fundou, que trabalhasse para nomear um primeiro-ministro de direita.
“A França é de direita, provavelmente tão de direita quanto sempre foi”, disse Sarkozy na entrevista publicada na sexta-feira à noite. A França está enfrentando crises políticas, sociais e financeiras ao mesmo tempo, disse ele.
Sarkozy também pediu aos partidos políticos que fizessem um acordo pelo bem do país. “Não há solução ideal. As forças políticas do governo devem entender isso”, ele disse. “Devemos adicionar crise à crise; ou deveríamos tentar, em nome do interesse do país, nos elevar acima dos interesses partidários?” ele perguntou.
A França está sem um novo governo há quase dois meses depois que o presidente francês Emmanuel Macron convocou uma eleição surpresa em junho, que teve um resultado caótico, onde nenhum partido conquistou assentos suficientes para garantir a maioria no parlamento.
No início desta semana, Macron se recusou a nomear a candidata da coalizão de esquerda — Lucie Castets — como primeira-ministra, argumentando que isso levaria à instabilidade. Ele lançou uma nova rodada de negociações com líderes políticos na terça-feira e potencialmente poderia nomear um novo primeiro-ministro no domingo.
A turbulência política na França continua enquanto Éric Ciotti, líder contestado dos Les Républicains, anunciou no sábado que está lançando um novo partido chamado L’Union des droites pour la République (A União dos Direitos pela República).
Ciotti foi expulso de seu partido após tentar unir forças com o partido de extrema direita National Rally em junho, antes das eleições legislativas antecipadas, mas um tribunal anulou a expulsão. O tribunal decidirá sobre o destino de Ciotti como chefe do Les Républicains em 14 de outubro.