Kiev ainda não revelou o número total de prisioneiros de guerra que alega ter capturado ao longo de sua incursão de mais de uma semana em território russo. O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse que capturar tropas russas era um dos principais objetivos da operação, a fim de repor o que ele chama de “fundo de troca” de prisioneiros de guerra.
O ombudsman de direitos humanos da Ucrânia, Dmytro Lubinets, disse na quarta-feira durante um teleton nacional de arrecadação de fundos que, embora a Rússia tenha descartado publicamente as trocas de prisioneiros, o ombudsman de Moscou sugeriu uma discussão informativa sobre o tópico. “Espero que essa situação (em Kursk) mude a posição deles sobre o bloqueio da troca de prisioneiros de guerra. Pelo menos agora, eles iniciam as negociações”, disse Lubinets.
Kiev está agora considerando estabelecer escritórios de comando militar na região de Kursk para evacuar civis com segurança e permitir a passagem de suprimentos humanitários, disse Zelenskyy durante uma reunião do governo na tarde de quarta-feira.
Lubinets ressaltou essa mensagem, dizendo durante o teleton que corredores humanitários permitiriam que organizações internacionais monitorassem a situação no local em partes da Rússia controladas pela Ucrânia. As forças de Kiev já estão fornecendo ajuda humanitária a civis em territórios que controlam e agem de acordo com a lei internacional, acrescentou Lubinets.
Mas enquanto os sucessos da operação surpresa de Kursk aumentaram o moral de Kiev, as forças russas estão contra-atacando, capturando mais território ao redor da região de Donetsk, na Ucrânia.
Desde que a Ucrânia lançou a ofensiva de Kursk, “eu diria que as coisas pioraram em nossa parte da frente”, disse Ivan Sekach, porta-voz da 110ª Brigada Mecanizada da Ucrânia, que está atualmente posicionada no distrito de Pokrovsk, na região de Donetsk. “Temos recebido ainda menos munição do que antes e os russos estão pressionando”, disse ele ao POLITICO.