Fayard anunciou que tomaria medidas legais na sexta-feira, menos de 24 horas antes do livro ser colocado à venda. Na sua declaração, a editora alegou que a capa do livro de Bardella “não contém quaisquer declarações políticas” e que a decisão da Mediatransports “constitui uma grave violação da liberdade de expressão”.
A Publicis e a rede ferroviária francesa SNCF não responderam imediatamente ao pedido de comentários do POLITICO.
A Mediatransports disse anteriormente que a campanha teria violado a sua política de neutralidade política, informou a AFP. A empresa acrescentou que não sabia que a campanha era para o livro de Bardella quando o contrato com Fayard foi assinado.
Os termos e condições da Mediatransports estabelecem que “é proibida qualquer mensagem publicitária de natureza política, sindical ou religiosa, ou cujo texto ou ilustração seja contrário à decência pública ou prejudicial à ordem pública”. Nestes casos, reserva-se o direito de recusar ou abandonar uma campanha publicitária em curso.
Em 2020, a Mediatransports recusou-se a exibir anúncios do Greenpeace que acusavam os líderes políticos de não agirem em relação às alterações climáticas.
A disputa entre os dois lados vem fermentando desde o mês passado, quando o diário francês Libération noticiou pela primeira vez a campanha publicitária planejada para o livro nas estações de trem. Pouco depois, o sindicato de esquerda SUD-Rail pediu à SNCF que se abstivesse de exibir os anúncios.
Bardella respondeu afirmando que a rede ferroviária francesa se tinha dobrado aos “sindicatos de extrema-esquerda”.
Publicou então no X uma lista de livros de figuras políticas que se beneficiaram de campanhas publicitárias nas estações ferroviárias francesas. Esses livros, no entanto, foram escritos por políticos que não eram, no momento da publicação, representantes eleitos ou líderes partidários.