Há muito que a França derivou uma parte do seu orgulho nacional da sua sofisticação culinária, mas durante o final do século XIX – uma época de guerra e convulsão social, bem como o florescimento cultural da Belle Époque – a questão da alimentação podia por vezes ser preocupante. Os aristocratas festejavam enquanto os camponeses trabalhavam e os pobres parisienses passavam fome, e novas iguarias como a banana estreavam num cenário de aventuras imperialistas. Para artistas como Claude Monet e Paul Gauguin, tudo isso também era um rico material para uma nova abordagem da pintura, exibida no jogo de luz sobre uma jarra de prata ou no chão viscoso de um movimentado mercado de peixe.
“Esta é tanto uma história social quanto a história da comida”, diz Mark Scala, curador-chefe do Frist Art Museum em Nashville, que no final de janeiro sediará a exposição itinerante “Farm to Table”, apresentando cerca de 50 artistas impressionistas. telas e esculturas que retratam mercados e jardins, agricultores e gastrônomos, abundância e penúria. A comida, essa obsessão humana universal, conecta pessoas de todas as esferas da vida, observa Scala, tornando-a um “portal” através do qual artistas e frequentadores de museus podem explorar não apenas os apetites humanos, mas também questões mais sombrias de classe, conflito e conquista.