Saúde

Congo recorre a empresa farmacêutica belga para testes rápidos de antígeno mpox

A República Democrática do Congo encomendou um milhão de testes rápidos de antígeno à empresa farmacêutica belga Contipharma.

A OMS declarou uma emergência de saúde pública, pois uma nova cepa do vírus mpox está se espalhando pela África, com mais de 17.000 casos. Um caso foi relatado na Europa, na Suécia, onde o rastreamento de contato foi ativado e planos de contenção foram preparados, como a Euractiv relatou.

Bernard Delhez, fundador da Contipharma, enfatizou a importância do diagnóstico preciso, dizendo à Euractiv: “Como a OMS confirma, detectar a infecção por mpox não é fácil à primeira vista, pois os sintomas podem ser confundidos com outras infecções”.

A detecção precoce da mpox é essencial, pois os sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças contagiosas, como varicela, sarampo, infecções bacterianas da pele, sarna, herpes, sífilis, outras infecções sexualmente transmissíveis e alergias relacionadas a medicamentos.

Triagem rápida

A Contipharma respondeu rapidamente à necessidade de triagem rápida, propondo a disponibilidade de seu teste antigênico, que foi avaliado positivamente pelo Instituto de Pesquisa Biomédica de Kinshasa, liderado pelo Prof. Dr. Jean-Jacque Muyembe.

“Para combater a propagação da epidemia de mpox, a República Democrática do Congo (RDC) encomendou recentemente um lote inicial de um milhão de testes TDR da Contipharma para dar início a uma campanha de prevenção”, disse Delhez.

O teste, já disponível no mercado, dá o resultado inicial em 10 a 15 minutos.

No entanto, embora o TDR forneça um resultado inicial rápido, ele também deve ser confirmado por um teste de laboratório.

Este teste rápido é diferente do novo teste LAMP mpox desenvolvido pela Contipharma e INRB, que combina a velocidade de um teste rápido de antígeno com a especificidade e sensibilidade de um teste de PCR, representando um avanço significativo na tecnologia de diagnóstico.

Vacinas, uma prioridade para África

O risco para a população em geral na Europa pode ser “baixo”, mas a África precisa urgentemente de apoio consistente, de acordo com o Diretor Regional da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a região, Hans Kluge.

O Congo está registrando um aumento no número de casos do surto do clado Ib MPXV, uma atualização da situação da OMS observa. O surto também está se expandindo para países vizinhos, com Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda relatando seus primeiros casos de mpox. “Vários desses casos têm ligações de viagem para partes orientais da RDC, e cada um desses países identificou o vírus da varíola dos macacos do clado Ib (MPXV)”, disse a OMS.

O Comitê de Segurança Sanitária da UE se reuniu na segunda-feira, 19 de agosto, e decidiu não declarar a variante do clado Ib do mpox – que parece ser mais contagiosa e mortal – uma emergência de saúde pública na Europa.

Na África, porém, a situação é significativamente diferente, e o acesso às vacinas é considerado a chave para controlar a doença.

“A forma como respondermos agora e nos próximos anos será um teste crítico para a Europa – e para o mundo”, disse Hans Kluge.

A OMS recomendou várias vacinas para prevenir a varíola mórbida, incluindo a MWA-BN (Nórdica da Baviera), a LC16 ou, se outras não estiverem disponíveis, a ACAM2000.

O Japão compartilhou vacinas, e a UE também se comprometeu, por meio de sua Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias (HERA), a doar 175.420 doses da vacina MVA-BN® ao CDC africano como uma resposta imediata.

Além disso, o fabricante da vacina está doando 40.000 doses para a HERA. O CDC africano distribuirá as vacinas, com as primeiras entregas esperadas para o início de setembro.

Enquanto isso, a Bavarian Nordic (BN) está buscando autorização da EMA para o uso de sua vacina por adolescentes e está iniciando um ensaio clínico para avaliar sua segurança em crianças de dois a 12 anos de idade. A BN informou ao Africa CDC que pode fornecer até dois milhões de doses este ano e fabricar 10 milhões de doses até o final de 2025.