Relatos de que o presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, desencorajou seus comissários de frequentar o orgulho de Budapeste levaram a MEPs e os grupos da sociedade civil a instar o executivo da UE a cumprir seu papel como guardião dos tratados da UE e adotar uma posição clara.
No dia seguinte à publicação do artigo, o escritório de von der Leyen negou emitir tal solicitação. No entanto, isso pouco fez para reprimir as críticas de todo o espectro político e da sociedade civil.
“O lugar natural para os líderes europeus está ao lado daqueles que estão defendendo os direitos fundamentais consagrados nos tratados da UE”, disse Christophe Clergeau, deputado francês do Grupo Socialistas e Democratas (S&D), ao Diário da Feira.
“Eu pensei que a comissão deveria ser a guardiã dos tratados. Ursula von der Leyen deveria estar na própria Budapeste, com sua faculdade”, acrescentou Clergeau.
Os verdes também expressaram fortes críticas. O deputado belga Sara Matthieu chamou de “escandaloso” de que a Comissão “impedisse a UE comissários longe” do orgulho na Hungria, enquanto seu colega alemão Daniel Freund disse que ficou “chocado” pelas revelações.
O Grupo Liberal Renew Europe enviou uma carta a Von der Leyen, pedindo que ela “imediatamente” solicite medidas legais provisórias para permitir que a Marcha do Pride Budapeste continuasse em frente conforme o planejado em 28 de junho. A presidente do grupo, Valérie Hayer, disse que a UE deve “agir agora para proteger a Assembléia Pacífica, defender os direitos LGBTQ e responsabilizar a Hungria aos nossos valores democráticos compartilhados”.
“A Europa não pode ser cúmplice por não ação”, acrescentou.
Essas preocupações foram ecoadas por Ilga-Europe, que alertaram que a comissão que vira os olhos para a situação na Hungria não equivaleria à “neutralidade”, mas à “cumplicidade”.
Referindo -se à carta da Renovamento da Europa, a ILGA pediu à Comissão que tomasse medidas provisórias para impedir que a Hungria proibisse o orgulho de acordo com o direito doméstico.
“Enquanto a Comissão da UE está enviando instruções aos comissários sobre se deve ou não comparecer ao orgulho, eles estão evitando falar sobre o papel real necessário para desempenhar como guardião dos tratados: impedindo essa proibição que viola os direitos fundamentais, por meios legais”, concluiu a ILGA.
(DE)