Saúde

Bulgária luta para curar a crise de drogas do câncer

A Bulgária anunciou medidas urgentes para reduzir os obstáculos burocráticos à importação e distribuição de tratamentos essenciais sobre câncer, em um esforço para abordar a crescente escassez.

“As novas medidas afetam mais de 40 medicamentos contra o câncer, e o objetivo do governo é impedir o risco de os cidadãos búlgaros serem privados de cobertura de seguro de saúde para a terapia básica para sua doença”, afirmou o governo búlgaro.

Orçamento com suporte privado

As empresas farmacêuticas que operam no mercado búlgaro se queixaram repetidamente dos procedimentos pesados ​​para exportar e reexportar medicamentos que afetam os pacientes búlgaros. Esses procedimentos geralmente levam a escassez e preços mais altos no mercado livre.

Ao mesmo tempo, o governo depende muito de grandes descontos de empresas farmacêuticas para medicamentos reembolsados.

Como a EurActiv relatou, as empresas farmacêuticas da Bulgária exigem um aumento no orçamento do estado para medicamentos, pois o sistema é atualmente suportado por descontos que as empresas privadas fornecem.

Carga de câncer da Bulgária

De acordo com a OCDE/Comissão Europeia Perfil do câncer no paísBulgária é um dos dois países da UE a ter sofrido maior mortalidade por câncer na última década.

Maior mortalidade é registrada, embora as taxas estimadas de incidência de câncer em 2022 tenham sido inferiores às médias da UE para homens e mulheres na Bulgária, e as taxas de mortalidade por câncer em 2021 estavam próximas das médias da UE.

De acordo com os dados, a mortalidade evitável de três dos tipos mais comuns de câncer – pulmão, mama e colorretal – é maior na Bulgária do que a média da UE. A lacuna na mortalidade evitável entre o país e a UE aumentou entre 2011 e 2021 – especialmente para câncer colorretal e pulmonar entre os homens.

Os pacientes búlgaros enfrentam dificuldades financeiras e organizacionais acessar o tratamento, embora o financiamento público tenha dobrado nos últimos cinco anos.

Agora, pela primeira vez, o governo búlgaro admite que a carga administrativa sobre empresas farmacêuticas e importadores de drogas está causando problemas no acesso ao tratamento.

Novas medidas

O governo está propondo novas regras para regulamentar e preços de produtos essenciais de oncologia. O objetivo é quadruplicar o período para uma revisão obrigatória das mudanças nos preços de medicamentos essenciais oncológicos – de seis a 24 meses.

Essa medida facilitará significativamente a carga administrativa das empresas farmacêuticas e permitirá a preservação de produtos a longo prazo no mercado búlgaro.

O governo reconheceu anteriormente que o mercado farmacêutico local não é atraente para medicamentos na escassez global devido ao seu tamanho menor.

Essas medidas visam reduzir a burocracia e facilitar o comércio de terapias escassas.

A segunda mudança importante é o estabelecimento de um orçamento estadual separado para medicamentos essenciais para o oncologia para garantir a cobertura do seguro de saúde para tratamentos básicos para o câncer.

Essa abordagem visa garantir o acesso contínuo aos medicamentos necessários para pacientes com doenças oncológicas e oncohematológicas e a sustentabilidade do orçamento.

O governo declarou que “o Ministério da Saúde continua comprometido em garantir um tratamento oportuno e eficaz para todos os pacientes e continuará trabalhando pela estabilidade da política de drogas no país”.

Processamento permanece

Sofia está enfrentando um processo do Tribunal de Justiça da UE por tratamento preferencial dado a hospitais oncológicos particulares no país.

Por uma década, o Fundo Nacional de Seguro de Saúde (NHIF) pagou preços diferentes aos hospitais públicos e privados pelos mesmos medicamentos para o câncer. Em alguns casos, os hospitais particulares pagam até 10 vezes mais do que os hospitais públicos. Nos dois casos, o dinheiro é reembolsado pelo NHIF.

A legislação búlgara obrigou os hospitais estaduais a defender processos de compras públicas para medicamentos, enquanto os hospitais particulares os compraram após negociações diretas com os comerciantes, que, em alguns casos, eram afiliados a eles.

O tratamento jurídico diferente levou a Comissão Europeia a começar a violação de procedimentos contra a Bulgária por não conformidade do direito nacional com as regras européias.