No início desta semana, o meio de comunicação húngaro Telex apontou a Bulgária como envolvida na comercialização de pagers que continham explosivos.
Acredita-se que a empresa taiwanesa Gold Apollo tenha fabricado os dispositivos, mas ela disse que autorizou a BAC Consulting, uma empresa registrada na Hungria, a usar sua marca para vendas de produtos em certas regiões. As autoridades húngaras então negaram qualquer envolvimento e relataram que a BAC Consulting era apenas uma intermediária, sem instalações de fabricação ou produção na Hungria. Em vez disso, o meio de comunicação húngaro alegou que o Hezbollah comprou as ações do pager de uma empresa registrada na Bulgária chamada Norta Global.
A agência DANS da Bulgária disse que a Norta Global ou seu proprietário “não realizaram transações em relação às quais a Bulgária tem jurisdição”.
A agência acrescentou que a empresa búlgara também “não realizou operações financeiras abrangidas pelo escopo” das leis antiterrorismo e não negociou com “pessoas físicas e jurídicas sujeitas a medidas restritivas sob os regimes de sanções” da União Europeia e das Nações Unidas.
O rastro das empresas sugere um esforço para esconder a procedência e ofuscar a cadeia de suprimentos dos dispositivos que acabaram nas mãos do Hezbollah.
Petar Petrov, ex-vice-presidente da DANS, disse ao POLITICO que a Bulgária manteve uma posição neutra sobre o conflito no Oriente Médio e disse que “todas as informações divulgadas por alguns meios de comunicação húngaros acabaram não sendo verdadeiras, como mostra a pesquisa de nossas autoridades… O que aconteceu se assemelha a uma campanha de desinformação clássica para mim.”