Falar holandês é fundamental para isso, acredita van den Broeck. “O holandês faz parte do nosso ADN” como povo flamengo, disse ele.
A migração impulsiona mudanças
“Bruxelas sempre foi uma cidade multilingue porque está centrada na fronteira entre os territórios de língua romana e alemã”, explicou Saeys, investigador do VUB.
As ondas de migração após a Segunda Guerra Mundial contribuíram para tornar a Bélgica – e Bruxelas em particular – mais multicultural. Os dois primeiros ocorreram quando a Bélgica trouxe trabalhadores migrantes, do Mediterrâneo e depois do Magrebe, para trabalhar nas minas.
A terceira e mais recente aconteceu quando Bruxelas se tornou a capital da União Europeia. Isto não atraiu apenas migrantes da Europa Oriental, especialmente após as expansões da UE para leste, mas também outros expatriados. Procuraram trabalho nas instituições da UE e em organizações não governamentais, grupos de reflexão e consultorias associadas – por outras palavras, na chamada bolha de Bruxelas.
O inquérito às línguas na capital belga, que entrevistou 2.500 famílias em Bruxelas, também reflecte a crescente diversidade linguística: o número total de línguas faladas aumentou de 72 em 2001 para 104 em 2024.
“Bruxelas cresce principalmente devido à internacionalização”, disse Saeys. “Neste momento, 75 por cento das pessoas que vivem em Bruxelas são de origem estrangeira.”