AstraZeneca concorda em reduzir preços de medicamentos nos EUA sob pressão tarifária de Trump

A gigante farmacêutica AstraZeneca, sediada no Reino Unido, concordou em reduzir os preços dos seus medicamentos nos EUA, anunciou o presidente Donald Trump na sexta-feira, após semanas de ameaças de impor tarifas acentuadas sobre produtos farmacêuticos importados.

A AstraZeneca “comprometeu-se a conceder aos americanos descontos significativos no seu extenso catálogo de medicamentos”, disse Trump durante uma conferência de imprensa.

Embora os americanos paguem muito mais pelos seus medicamentos do que os europeus – em média 2,5 vezes mais do que em França – Trump disse que a empresa iria agora oferecer os seus produtos “ao mesmo preço mais baixo a que os vende em qualquer parte do mundo”.

A medida reflecte a estratégia da administração de pressionar directamente os fabricantes de medicamentos através de ameaças tarifárias.

Em Setembro, Trump anunciou que Washington iria impor tarifas de 100% sobre as importações de medicamentos inovadores e prometeu isenções às empresas que sinalizassem que iriam fazer novos investimentos na produção nos EUA. Trump não deu nenhuma base legal para as taxas e elas ainda não foram implementadas.

A ameaça também surgiu apesar de um acordo de Agosto com a UE que limitou os direitos a 15%, que excluiu os genéricos e estava ligado ao resultado de uma investigação dos EUA sobre as importações de medicamentos ao abrigo da Secção 232.

Em Bruxelas, os líderes da indústria, sob pressão, apelaram à contenção, argumentando que os EUA e a UE já têm um acordo comercial e deveriam trabalhar dentro desse quadro.

“Ambos os lados devem agora continuar as discussões para determinar como a UE pode reforçar o seu apoio aos custos globais de investigação e desenvolvimento, de uma forma que não prejudique os pacientes na UE ou nos EUA”, disse Nathalie Moll, diretora-geral da Federação Europeia das Indústrias e Associações Farmacêuticas (EFPIA).

(mm)