Política

A transição energética da Europa deve impulsionar um amanhã mais forte

Grzegorz Kinelski, CEO da Enea e vice-presidente da PKEE, acrescentou: “Devemos continuar no caminho acelerado em que já estamos. Investimentos em energias renováveis, armazenamento e CCGT (turbina a gás de ciclo combinado) unidades não só aumentarão a segurança energética, mas também apoiarão o crescimento económico e ajudarão a manter os preços da energia acessíveis para os consumidores polacos.”

O sector da energia deve agora ser reconhecido como um facilitador estratégico do futuro industrial da Europa – a par dos semicondutores, das matérias-primas críticas e da defesa. Como afirma Dariusz Marzec: “A transição energética não é uma escolha – é uma necessidade. Mas o seu sucesso determinará mais do que o cumprimento das metas climáticas. Decidirá se a Europa permanecerá competitiva, próspera e economicamente independente num mundo em rápida mudança.”

O sector da energia deve agora ser reconhecido como um facilitador estratégico do futuro industrial da Europa – a par dos semicondutores, das matérias-primas críticas e da defesa.

Progresso mensurável, mas é necessário mais

O progresso é visível. O sector da energia é responsável por cerca de 30% das emissões da UE, mas já proporcionou 75% de todas as reduções do Regime de Comércio de Emissões. Até 2025, 72% da electricidade da Europa provirá de fontes de baixo carbono, enquanto os combustíveis fósseis cairão para um mínimo histórico de 28%. E na Polónia, em Junho, a produção de energia renovável ultrapassou o carvão pela primeira vez na história.

Ainda assim, a ambição por si só não é suficiente. Nas suas observações finais, Marcin Laskowski, vice-presidente do PKEE e vice-presidente executivo para assuntos regulatórios da PGE Polska Grupa Energetyczna, sublinhou a ligação entre o sector energético e a transformação económica mais ampla da Europa. “A transformação económica da UE só terá sucesso se a transição energética for bem sucedida – de forma segura, sustentável e com condições de investimento atractivas”, afirmou. “É o setor energético que deve fornecer soluções para descarbonizar indústrias como a siderurgia, a química e a produção alimentar.”

Um projeto europeu coletivo

O evento em Bruxelas — com a participação de muitos oradores de alto nível, incluindo Mechthild Wörsdörfer,diretor-geral adjunto da DG ENER; Tsvetelina Penkova, deputada ao Parlamento Europeu e vice-presidente da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia; Thomas Pellerin-Carlin, membro do Parlamento Europeu; Catarina MacGregor; CEO da ENGIE e vice-presidente da Eurelectric; e Claude Turmes, ex-ministro da Energia do Luxemburgo — destacaram um entendimento comum: a transição energética não é uma política ambiental isolada, é um projeto industrial estratégico. O seu sucesso dependerá de uma ação coordenada entre as instituições da UE, os governos nacionais e a indústria, bem como de uma regulamentação e financiamento previsíveis.

A capacidade da Europa para permanecer competitiva, resiliente e próspera dependerá de o seu sector energético ser tratado não como um custo a ser gerido, mas como uma base a ser reforçada. A próxima década é uma janela de oportunidades — e as escolhas feitas hoje moldarão o panorama económico da Europa nas próximas décadas.