Política

A marcha lenta mas “inevitável” da Europa para permitir a morte assistida

O número crescente de pacientes – especialmente jovens – com perturbações de saúde mental que morrem por eutanásia também suscitou um debate acirrado nos Países Baixos, disse Buijsen. O número de eutanásia para pacientes com transtornos psiquiátricos duplicou nos últimos cinco anos, de 68 para 138. Debates semelhantes surgem em torno de casos de menores e pacientes com demência, disse ele.

Mas não é um tamanho único. Segundo investigadores da Universidade de Bolonha, a proporção da eutanásia e do suicídio assistido no total de mortes “continua a variar amplamente” nos países onde a prática foi legalizada há anos, “principalmente devido às circunstâncias em que (eles) foram adoptados. lei e as diferentes práticas aprovadas.”

A Suíça, por exemplo, é um dos destinos mais populares para estrangeiros que procuram acesso à morte assistida e oferece suicídio assistido legalmente desde 1942.

Barreiras políticas e sociais

Alguns países levaram vários anos a levar até ao fim as suas leis sobre a morte assistida, no meio da oposição de partidos conservadores, de instituições religiosas e de debates altamente emotivos.

O parlamento português aprovou um projeto de lei sobre a eutanásia quatro vezes ao longo de três anos, mas o presidente conservador Marcelo Rebelo de Sousa vetou todos os projetos. Eventualmente, o parlamento derrubou o seu veto em 2023 e forçou-o a assinar o projeto de lei. Mas ainda hoje a legislação não foi publicada no diário oficial do país, o que significa que não está em vigor.

Enquanto em países como a Itália e a Irlanda, a presença poderosa da Igreja Católica tem historicamente afastado a conversa da legalização durante anos. Só recentemente, porém, é que as coisas estão mudando.