Saúde

A luta contra o câncer cervical da Polônia salta com o programa de prevenção expandida

O Ministro da Saúde da Polônia, Izabela Leszczyna, assinou um decreto para expandir o Programa Nacional de Prevenção do Câncer do Cervical, introduzindo dois testes avançados, o teste de HPV e a citologia baseada em líquidos (LBC).

Esses testes, disponíveis para mulheres de 25 a 64 anos, visam melhorar a detecção precoce de mudanças cancerígenas, marcando um passo significativo nos esforços da Polônia para combater o câncer cervical.

O teste HP HR identifica cepas de alto risco do papilomavírus humano (HPV 16 e 18), enquanto a citologia à base de líquido oferece uma avaliação mais precisa da saúde cervical em comparação com os métodos tradicionais.

Esses avanços, juntamente com as iniciativas de vacinação contra o HPV em andamento para os jovens, fortalecem as medidas preventivas da Polônia contra o câncer do colo do útero.

“Simultaneamente, o programa de vacinação do HPV para adolescentes nas escolas está em andamento, e duas terapias modernas para tratamento do câncer do colo do útero foram aprovadas para reembolso. E esse certamente não é o fim”, disse o ministro Leszczyna.

Importância da detecção precoce

O câncer cervical é um dos cânceres mais comuns que afetam as mulheres. Muitas vezes se desenvolve sem sintomas perceptíveis, tornando a detecção precoce desafiadora. Se deixado não diagnosticado e não tratado, pode ser fatal. No entanto, quando detectado mais cedo, é curável em mais de 90% dos casos.

Isso ressalta o papel crítico da triagem preventiva.

Anteriormente, mulheres de 25 a 64 anos eram elegíveis para um teste de citologia livre a cada três anos. No entanto, especialistas da Sociedade Polonosa de Ginecologistas e Obstetras há muito tempo recomendam o uso de citologia mais precisa baseada em líquidos em vez da citologia tradicional.

O programa agora incluirá dois testes adicionais, melhorando significativamente sua eficácia. As mulheres poderão passar por um teste de HPV gratuito (HPV HR) uma vez a cada cinco anos. Se o teste do HPV retornar um resultado positivo, o paciente passará por citologia baseada em líquido. Se este teste detectar qualquer anormalidade no colo do útero, o paciente será encaminhado para uma avaliação diagnóstica adicional.

As amostras para esses testes serão coletadas em centros de saúde primários e clínicas ambulatoriais especializadas por ginecologistas e parteiras qualificadas. As amostras serão analisadas por laboratórios de diagnóstico médico ou departamentos de patologia equipados com citologia e laboratórios moleculares.

O decreto deve entrar em vigor 14 dias após o seu anúncio.

Após a inclusão dos novos testes na lista de benefícios garantidos, o Fundo Nacional de Saúde (NFZ) iniciará o processo de conclusão de acordos finais para a prestação desses novos serviços.

Objetivos comuns, desafios compartilhados

A saúde das mulheres continua sendo uma prioridade sob a presidência polonesa do Conselho da União Europeia. Um debate de alto nível intitulado “Eliminando o HPV na Europa: melhores práticas, histórias de sucesso e o caminho à frente” foi realizado no Parlamento Europeu no mês passado, no contexto do Dia Internacional da Conscientização do HPV.

Organizado pelo deputado polonês Adam Jarubas e apoiado pelas principais organizações de saúde, o evento se concentrou nos riscos representados pelo HPV e no potencial de sua eliminação por meio da vacinação e triagem. O debate foi realizado sob o patrocínio honorário da presidência polonesa do Conselho da União Europeia.

As discussões abrangeram aspectos clínicos, epidemiologia, conscientização pública e questões sistêmicas, destacando a necessidade de planos nacionais de eliminação do HPV, acesso aprimorado a dados de saúde pública, campanhas aprimoradas de conscientização pública e estratégias para combater a desinformação da vacina.

Martyna Wyrzykowska, diretora administrativa da SexedPL, enfatizou o papel das plataformas digitais no tratamento de conceitos errôneos: “As plataformas digitais desempenham um papel fundamental na conscientização e no combate aos mitos sobre a vacinação contra o HPV”.

O evento mostrou as melhores práticas de países com alta cobertura de vacinas contra o HPV, como o Reino Unido, a Irlanda e a Dinamarca. Também pediu maior cooperação entre os Estados -Membros e os esforços intensificados para eliminar o HPV em toda a Europa.

Catalisador para eliminação de HPV

Especialistas observaram que, apesar da crescente conscientização pública do HPV, muitas pessoas ainda não compreendem completamente as sérias conseqüências à saúde da infecção. Educação insuficiente, falta de políticas de informação consistentes e acesso limitado a dados confiáveis ​​sobre a eficácia dos programas de prevenção contribuem para a baixa aceitação contínua das vacinas contra o HPV.

Igor Grzesiak, vice-presidente do Instituto de Direitos dos Pacientes e Educação em Saúde, enfatizou que “é crucial desenvolver estratégias de longo prazo, cobrindo prevenção abrangente, diagnóstico precoce e tratamento eficaz”, defendendo o monitoramento transparente das taxas de vacinação e a eficácia dos programas de proteção.