Macron conversou na terça-feira com líderes conservadores, incluindo o líder do Senado, Gérard Larcher, e o líder parlamentar conservador, Laurent Wauquiez, de acordo com várias pessoas com conhecimento das conversas que obtiveram anonimato porque não estavam autorizadas a falar publicamente, aparentemente solidificando o status de Bertrand como provável candidato.
Mas na tarde de terça-feira, Bertrand já enfrentava sérias objeções à sua nomeação.
As últimas 36 horas confundiram até mesmo observadores políticos experientes e inspiraram uma série de memes e piadas debochadas online. A jornalista francesa Diane de Fortanier tuitou um gráfico falso da ascensão e queda de candidatos em potencial, enquanto o ex-funcionário do Eliseu Gaspard Gantzer zombou das hesitações e consultas intermináveis de Macron — brincando que ele se encontraria em seguida com primeiros-ministros franceses, vencedores do Césars e campeões do Tour de France.
Nem mesmo o atual primeiro-ministro Gabriel Attal conseguiu escapar do frenesi durante uma visita a uma escola na região de Paris na segunda-feira, quando foi questionado pelos alunos sobre quem seria o próximo primeiro-ministro e se ele ainda era amigo do presidente francês.
O novo normal da França
Em muitos outros países europeus, a democracia parlamentar e as difíceis negociações de coalizão são a norma, e essas longas consultas seriam normais. Mas na França, onde o sistema presidencial garantiu estabilidade política desde o início da Quinta República, a incerteza é sem precedentes.
Um governo interino comanda o país desde julho, quando ministros renunciaram após eleições antecipadas em junho que não conseguiram maioria absoluta na Assembleia Nacional Francesa. A Nova Frente Popular, uma aliança de partidos de esquerda, ganhou a maioria dos assentos.