Política

A batalha solitária de Emmanuel Macron para defender o acordo comercial UE-Canadá

Reação parlamentar

Quando o Senado desferiu seu primeiro golpe no CETA, ele forçou o então primeiro-ministro Gabriel Attal a embarcar rapidamente em uma missão de controle de danos para garantir a Ottawa que a França ainda apoiava o acordo.

Attal já se foi, e em seu lugar está Michel Barnier — um membro do partido de direita Les Républicains, um partido que desempenhou um papel decisivo na rejeição do pacto comercial no Senado.

Os oponentes de Macron, incluindo Les Républicains, queriam dar sequência ao seu primeiro ataque contra o CETA com uma votação na câmara baixa mais poderosa da legislatura francesa, a Assembleia Nacional. O governo anterior se recusou a levar a questão a uma votação e, em vez disso, propôs adiar as discussões até depois das eleições europeias em junho.

Após o triunfo do Rally Nacional de extrema direita na votação da UE, Macron convocou uma eleição parlamentar antecipada que resultou em um parlamento empatado sem maioria clara. No entanto, ele retornou mais protecionistas à Assembleia Nacional, o que significa que o acordo comercial UE-Canadá teria pouca ou nenhuma chance de sobreviver a uma votação parlamentar.

Desta vez, em vez de defender o acordo, o governo francês — liderado por Barnier, Genevard e Primas — poderia se juntar ao coro de oponentes do CETA e tentar derrubá-lo.

Isso apesar do fato de que, na UE, os 27 países-membros do bloco delegam a responsabilidade pela política comercial ao seu executivo sediado em Bruxelas. Dezessete já ratificaram o CETA — o que significa que a França, mesmo que quisesse anular o acordo, provavelmente fracassaria diante da esmagadora maioria pró-acordo.