O vírus não está parando em celeiros de aves. O H5N1 também apareceu em mamíferos selvagens e domésticos, incluindo animais de zoológico, animais de estimação e gado leiteiro.
Embora as infecções humanas permaneçam raras, a Autoridade Européia de Segurança Alimentar (EFSA) e o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) identificaram marcadores genéticos que poderiam aumentar a capacidade do vírus de se adaptar aos mamíferos – incluindo humanos. No entanto, não há evidências confirmadas de transmissão humana-para-humana.
Os funcionários da FAO estão pedindo aos governos que aumentem a vigilância, fortalecem a biossegurança e reforçam a resposta do surto. “Uma cadeia é tão forte quanto seu vínculo mais fraco”, disse o vice-diretor-geral da FAO, Beth Bechdol, enfatizando a necessidade de ação global coordenada para conter a propagação do vírus e evitar mais interrupções nos sistemas alimentares.
Enquanto as aves selvagens desempenham um papel fundamental na transmissão, as evidências também apontam para a agricultura de aves de alta densidade como um fator que pode acelerar surtos quando as medidas de biossegurança falham. Grandes fazendas, onde milhares de pássaros estão alojadas juntas, criam condições ideais para o vírus se espalhar e mudar.
Por enquanto, as autoridades de saúde pública insistem que o risco permanece baixo. Mas os cientistas alertam que a propagação do vírus em mamíferos oferece mais chances de evoluir, aumentando seu potencial de infectar os seres humanos.